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Quarta - 13 de Abril de 2011 às 09:55
Por: Domingos Ricca

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Domingos Ricca: Sócio - Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar.
Domingos Ricca: Sócio - Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar.
É natural que, durante seus ciclos de vida, todas as empresas enfrentem problemas e corram o risco de permanecerem estagnadas. Além dessas dificuldades, as companhias familiares apresentam outras questões específicas de seu caráter que podem comprometer o desenvolvimento.

Dois processos são fundamentais para a perpetuação de uma empresa familiar. O primeiro deles é a sucessão que, quando mal planejada ou mal conduzida, pode resultar no fracasso do empreendimento. Este processo precisa ser pensado com antecedência para que ocorra da melhor forma.

A presença do fundador é muito importante, pois ele conhece o caráter da empresa, o contorno cultural, imprimiu os valores e os consolidou nas políticas de gestão. Ele é a pessoa adequada para identificar o herdeiro mais preparado para assumir o comando levando em conta, não só suas habilidades, mas também sua capacidade de continuar o modelo cultural estabelecido.

Sucessões determinadas apenas por laços familiares prejudicam o desenvolvimento da companhia. São casos de protecionismo e paternalismo, às vezes existentes nessas organizações, que debilitam seu crescimento.

É comum encontrarmos situações em que o empreendedor tem como sucessor de todo seu império, um filho que não está interessado na administração. Com um planejamento sucessório, todos esses aspectos serão analisados na escolha de um profissional capacitado para gerir a empresa, com todas as competências inerentes ao cargo que irá assumir.

O segundo processo que diminui as dificuldades e melhora a produtividade e o desenvolvimento da empresa é a profissionalização. É um instrumento utilizado para diferenciar os interesses da família e os da empresa, diminuindo possíveis conflitos.

Profissionalizar significa estabelecer critérios gerais que irão nortear as decisões dos diretores, além de criar regras para a definição de papéis corporativos e divisões de tarefas dentro da companhia.

A conscientização da família é o primeiro passo para realizar a profissionalização, pois o processo também se aplicará aos membros por meio de seu enquadramento às regras vigentes, avaliação do seu desempenho e adequação da sua conduta, da mesma forma que qualquer membro da organização.

Para elaborar uma profissionalização nas empresas familiares é necessário conhecer a cultura implantada pelo fundador. Seus posicionamentos e atitudes traduzem os valores e princípios sob os quais a companhia foi baseada. A empresa que agregou sua atuação, o conhecimento do fundador e dos demais colaboradores ao negócio, não perderá a imagem que construiu com a implantação de um programa de profissionalização. Ao contrário, a tarefa do consultor é aperfeiçoar e agregar recursos a fim de melhorar o desenvolvimento da companhia.

Domingos Ricca: Sócio - Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar. Consultor especializado em empresas familiares. Certificado em Governança Corporativa pela SQS Suíça e Fundação Vanzolini, realizada em Buenos Aires Argentina. PhD em administração, professor de graduação e pós-graduação, autor de livros sobre os temas: empresa familiar e marketing de varejo. E-mail: ricca@empresafamiliar.com.br


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