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Segunda - 20 de Abril de 2015 às 06:06
Por: Lourembergue Alves

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Tornou-se moda a identificação da popularidade de governantes, de políticos e dos parlamentos. Moda e, ao mesmo tempo, necessidade imperiosa. Pois o julgar é sempre uma ação democrática.

E o Legislativo - seja municipal, estadual e federal - sempre esteve alheio e distanciado dos anseios da população.

Exceto em raros momentos. Por conta disso, a sua baixa popularidade, mesmo com a desaprovação do governo.

Ultimamente, aliás, é grande a impopularidade da presidente Dilma Rousseff. Registro que ocorreu com outros governos, a exemplo do Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva.

Agora, contudo, os índices percentuais negativos parecem constantes. Isto em razão da crise econômica, da falta de iniciativa para debelar a crescente inflação, as denúncias de desvios de recursos e de pagamentos de propinas na Petrobras.
Os altos índices negativos da presidente, somados a discussão de temas populares e do enfrentamento com o governo, tem favorecido o Congresso Nacional, fazendo-o recuperar terreno e diminuir a sua reprovação - principalmente entre os mais ricos e mais escolarizados. Ainda que continue em alta a sua impopularidade.

No mês de março deste ano, por exemplo, o Datafolha foi a campo e identificou os seguintes números: 9% dos brasileiros consideram bom e ótimo o desempenho do Congresso Nacional; 36% deles o têm como regular e 50%, ruim e péssimo; enquanto 5% não sabem ou não quiseram opinar.

De março para cá, estes números mudaram significativamente. São favoráveis aos congressistas.

Tanto que, em abril, o mesmo instituto de pesquisa mostrou que 11% dos entrevistados avaliam como bom e ótimo seus desempenhos, registrando assim 2% a mais do número da pesquisa anterior; ao passo que o índice de ruim e péssimo caiu para 44%, contra 38% que os consideram regular. Verifica-se, então, uma melhoria.

Porém ainda bastante pequena se comparada a outros, pertencentes a países como os Estados Unidos, Inglaterra e a França.

Por aqui, cabe repetir, a Câmara Federal e o Senado continuam afastados das coisas do povo. Igualmente se mantém alheias as Assembleias Legislativas e as Câmaras municipais.

Estas Casas Legislativas gastam muito dinheiro, e seus integrantes percebem mensalmente salários altíssimos.

E estes se somam aos chamados penduricalhos, os quais se estendem da verba indenizatória a auxílio de transportes, passando pelo custo dos telefonemas.

Tem-se notícia, por exemplo, de que só um deputado federal mato-grossense gastou RS 27 mil com a conta de telefone. Isto de janeiro a março deste ano.

Quantia absurdamente elevada, dificilmente repetida caso essa dinheirama saísse do seu próprio bolso.

No geral, contudo, suas produções legislativas são baixíssimas - muito aquém da necessidade e do necessário.

Bem pior é a capacidade que cada um deles tem no fiscalizar o Executivo, na discussão de assuntos do interesse da sociedade e no legislar.

Os parlamentares municipais, estaduais e federais atuam sempre movidos pelas vontades alheias a do contribuinte, do cidadão e dos segmentos da sociedade.

Daí, a reprovação do Parlamento brasileiro.

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista político em Cuiabá


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