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Domingo - 13 de Março de 2011 às 18:56
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Os políticos estão sempre se agrupando. É isso que se observa ao ler as notícias a respeito do jogo político regional e nacional. Eles brigam, brigam entre si, porém não deixam jamais de se enturmar. Até para a própria sobrevivência política, ou com vistas à maior visibilidade. O que pode levar um ou outro do tal grupo a um cargo mais expressivo. Aliás, é exatamente isso que se constata quando se avalia toda a movimentação em torno da formação do PDB (Partido da Democracia Brasileira).

Agremiação, que tem como principal articulador o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que se encontra filiado ao DEM. Partido que, no âmbito nacional e no Estado paulista, sempre se coligou com o PSDB. Sigla que, há bastante tempo, através de suas principais figuras, administra a maior unidade da federação.

Entra e sai eleição, os tucanos continuam ali, firmes. Com o novo partido, balbucia alguém, "essa história pode ter o seu capitulo derradeiro". Pois "Kassab pode ser o adversário que faltava para o tucanato paulista". Ainda mais se contar com os petistas e os socialistas. Possibilidade nada descartada, uma vez que o PDB, na verdade, está sendo criado para ser um partido-trampolim, cujo único fim é permitir o ingresso no PSB (com a fusão do PDB e PSB) do grupo de descontentes do DEM e de tantos outros. Artimanha para driblar a legislação. Preservando, assim, os mandatos - os quais, segundo o entendimento do STF, pertencem às agremiações.

Aritmética permitida. Legal. Porém não se pode dizer o mesmo com relação à moral. Mas "quem, no dito meio, liga para a moralidade?" Indagaria o mesmo eleitor. Pensam tão somente na própria acomodação política, e isso pode se dar com a fusão.

Fusão que, por outro lado, também pode manter a aliança com os peessedebistas. Esta carta não deve ser ignorada apenas porque o PSB (Partido Socialista Brasileiro) se encontra hoje grudado às mamas governistas. Tudo vale pela acomodação. Até mesmo o casamento sem a paixão ideológica e o estar junto para sempre.

O triste de tudo é perceber toda essa movimentação dos políticos - desligamento, agrupamento e fusão - sem que haja também um movimento dos eleitores. Estes não se mexem, nem se juntam e, tampouco, se agrupam. O que, na prática, fere um dos princípios da existência da democracia, uma vez que deixa combalida a comunidade política.

Uma comunidade imprescindível para qualquer povo que queira incrementar o seu viver democrático. Afinal, o associar-se permite traçar planos e objetivos para o bem-estar de todos os membros da referida sociedade; enquanto o não se ajuntar possibilita que outrem - agrupados - determine o que seria relevante para esse mesmo viver, ainda que esse viver seja um faz-de-conta.

Isso porque as razões, aqui levantadas, apenas abrem espaços para maior visibilidade das expressões políticas. Nunca para o bem, de fato, da população.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br


 


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