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Segunda - 14 de Fevereiro de 2011 às 08:01
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos

Uma entrevista do Jaime Campos à rádio CBN vem colaborar com o ponto de vista desta coluna de que é difícil manter unidade política quase absoluta no estado.

O caso do DEM é emblemático. O deputado Domingos Fraga foi convidado para assumir a Secretaria de Agricultura. Sua ida para o secretariado abriria vaga para Gilmar Fabris na Assembleia Legislativa. Era uma maneira de retribuir o apoio do Fabris ao Silval na eleição para o governo.

O DEM até iria para o secretariado do Silval se a Secretaria de Agricultura fosse inteira para aquele partido, com Indea, Empaer, Intermat, Pronaf. Numa secretaria desse tamanho, o DEM, além do trabalho próprio da secretaria, iria fazer política com ela pelo estado pensando na eleição do ano que vem. Os fatos sugerem que o Silval não quis dá-la de porteira fechada.

O DEM fez então um documento de cunho político. A dedução é que os dirigentes puseram o dedo na ferida sobre as composições do ano que vem para prefeitos. Queriam saber se os outros partidos, incluindo o do governador, cederiam vagas para o DEM em diferentes municípios, Várzea Grande e Cáceres à frente. Não devem ter encontrado guarida. Resolveram que estavam fora das negociações para compor o governo.

Se o DEM fosse para o governo, devem ter analisado ainda os dirigentes dessa sigla, não poderiam criticar qualquer equívoco do atual governo. Se saísse do governo e o criticasse seria crucificado perante a opinião pública como oportunista. Ou que aproveitou dele, pulava do barco e atirava em quem lhe dera a mão.

A história política do estado mostra também que quem está na cadeira de governador dá cartas e joga de mão na eleição municipal durante seu mandato. No caso, o DEM seria refém de uma situação política.

Na história política estadual recente, a eleição municipal no meio do mandado de um governador é um divisor de águas. É o momento que cada partido quer se fazer pensando na eleição para governador. E aí aparece o pari-gato.

A novidade, se comparado a outros momentos, é o estilo conciliador do Silval. A pergunta da rua é saber se ele vai conseguir, diferente de todos os outros, manter a unidade do grupo até 2014.

O PP e o PR, como têm várias secretarias, podem estar usando o governo para fazer política pensando na eleição do ano que vem. Será que esses partidos vão abrir mão de seus interesses na eleição de 2012 em nome de uma suposta unidade em 2014? Ou vão procurar se fortalecer, como quer também o DEM, para chegarem forte na mesa de negociação daquele ano?

O Silval e seu grupo trabalham politicamente, como são os casos do DEM, do PP e do PR. É jogo de profissional. As sutilezas dessas ações é que faz a política interessante.

Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com


 


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