Desafios e esforços concentrados
Nunca se falou tanto em turismo no Brasil como ultimamente. Afinal, o impacto que o maior evento futebolístico mundial pode causar na vida do país, em 2014, já está mexendo com todos empreendedores do setor. Há muitos desafios pela frente e para realizar um evento de sucesso, que deixará legado para o país, é necessário esforços concentrados. Os benefícios não são a curto prazo. Recentemente aconteceu em Brasília Congresso Brasileiro da Atividade Turística (CBratur) o tema escolhido foi "Os Impactos dos Megaeventos Esportivos na Indústria do Turismo", enfocando não só a Copa do Mundo, mas também as Olimpíadas de 2016. Isso vem a legitimar que a visão de futuro é imprescindível neste processo.
Ficou claro durante o CBratur a necessidade de ações articuladas e compartilhadas entre o público e o privado. No que tange aos investimentos, por exemplo, já está claro que a prioridade se concentrará naqueles que tragam benefícios econômico e social, não só durante, mas antes e no pós-Copa. Tudo será mensurado, inclusive os riscos, na busca de resultados. Afinal, a competição não estará somente dentro dos campos, mas entre os que apostam nos grandes acontecimentos esportivos, que refletirão nos seus negócios. Estão reservados para investimentos, R$ 1 bilhão do Programa ProCopa, do Ministério do Turismo, com juros de 8,5% ao ano, e mais R$ 1 bilhão dos fundos constitucionais do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, sendo que os juros para a concessão de empréstimos destes fundos é de 6,5% ao ano.
Há quatro pontos elencados pelo ministro do Turismo, Luiz Barreto, que contribuirão para que o Brasil não perca a oportunidade destes eventos esportivos: qualificação profissional, infraestrutura turística, hotelaria e promoção da imagem do país.
Com relação ao primeiro ponto abordado pelo ministro, o nosso sistema S, já está na dianteira, pronto para marcar gols de placa. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) tem a visão de que este evento é uma excelente oportunidade para ampliar o papel da entidade junto à sociedade brasileira, e já lançou o Programa Nacional de Educação Profissional Senac na Copa 2014. Usará, portanto, a sua força institucional no campo da educação profissional para o setor do comércio de bens, serviços e turismo, pois conta com um portfólio com mais de 800 títulos que atingem 15 segmentos da sua área de atuação. Tem, portanto, a convicção de que será uma oportunidade ímpar para disseminar a sua missão e dar maior visibilidade aos seus produtos e serviços em todo o país.
Outro ponto, dentre os quatro citados pelo ministro, para o qual o setor turístico deve ter seus olhos muito bem focados, refere-se ao setor hoteleiro. Bons hotéis obviamente refletirão na imagem positiva do país. Os empresários deste segmento estão procurando agir estrategicamente no que se refere a ampliação da oferta de leitos e na modernização para atender a demanda, inclusive no que tange as exigências de segurança do mercado internacional. Cuiabá deve se atentar neste sentido, bem como em outros que se referem à oferta de lazer, para colher os melhores resultados.
Pedro Nadaf é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT. E-mail: p.nadaf@terra.com.br