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Terça - 19 de Outubro de 2010 às 19:51
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em a Gazeta
Alfredo da Mota Menezes escreve em a Gazeta

Estou na fase de divulgação de um novo livro. Chama "Ingênuos, Pobres e Católicos: A Relação dos EUA com a América Latina". É um lançamento da editora Fundo de Cultura, do Rio de Janeiro. É o sexto livro da gente por editora nacional. É o quinto livro desde que deixei a UFMT.

O livro, como diz o subtítulo, trata das relações dos EUA com a América Latina desde os primeiros contatos até os dias mais recentes. A pesquisa foi feita exclusivamente em livros e artigos dos EUA sobre o assunto. A busca foi justamente entender como eles veem a América Latina.

O livro parte de um princípio aceito nos EUA: a América Latina não fez nada que ajudasse no desenvolvimento da humanidade. É muito forte a colocação, mas é como a maioria dali vê o vizinho abaixo do rio Grande. Essa nossa inaptidão transformou-se lá numa crença.

Em alguns momentos nos EUA a América Latina é vista como uma criança que precisa de apoio e incentivo para encontrar seu caminho. Encontrei livro, com charges em jornais dali desde o século 19 até agora, sobre a América Latina em que esse detalhe, em brutal gozação, aparece constantemente.

Em outros momentos a América Latina é caracterizada como um símbolo feminino. Emotiva, insegura, precisando do apoio masculino para vencer na vida. As charges desse período até doem. Em outros momentos a América Latina é negra ou mestiça.

O pior, na visão norte americana, é que somos uma cultura ibero-católica. Aqui estaria a raiz de todo nosso mal. No campo político, como exemplo, a região aceita governos autoritários. No econômico não temos o espírito capitalista. Estaria na herança da mãe-pátria a maior diferença entre os dois lados da América. Tudo, leitor, é baseado no que eles escrevem. Não é invenção de alguém de Poxoreo.

A América Latina, para os norte-americanos, é vista de forma monolítica. Se um governante faz uma besteira é como se fosse o mesmo para todos os países. Não adianta o Brasil, com população, economia e território maior, pensar que é diferente. É tudo igual a uma grande Guatemala para eles.

Depois das teorias sobre religião, raça, clima tradição ibero-católica e tantos defeitos que nos atribuem, o livro entra pela história do relacionamento entre as duas bandas da América.

A época das invasões na região, da diplomacia do dólar ou do big stick ou grande cassete para bater na gente. O momento da "boa vizinhança", quando precisaram da região, por causa da Depressão e da aproximação da guerra na Europa. Depois veio a Guerra Fria, época de repressão brutal na região. Analisa-se também o pós-Guerra Fria. Tem ainda capítulo sobre estereótipos no cinema e na mídia de lá sobre os latino-americanos.

Com pequena descrição tento seduzir eventuais leitores. O livro já deve estar nas livrarias de Cuiabá, como também em outros lugares.

Alfredo da Mota Menezes escreve em a Gazeta. E-mail; pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com


 


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