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Quinta - 14 de Outubro de 2010 às 16:23
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta

Está para ser solucionado o envio de gás da Bolívia para Mato Grosso. A usina a gás em Cuiabá tinha parado de funcionar e quem adaptou carro para gás só teve aborrecimento. Agora parece que se vai solucionar esse impasse.

Pego esse gancho para voltar à minha quase eterna lengalenga: nós precisamos dos bolivianos mais do que eles precisam de nós. Não é somente por causa do gás que devemos ter uma relação positiva com nosso vizinho.

Segurança é outro ingrediente para que tenhamos um entendimento melhor com os bolivianos. Venda de carros roubados, tráfico de drogas, éter e armas, roubo de gado, bandidos brasileiros homiziados no país que nos faz fronteira.

Já imaginou se há um surto de febre aftosa do outro lado da fronteira? O perigo que isso seria para a exportação de nossa carne?

E, não deixando de sonhar, há a perspectiva de algum dia termos asfalto daqui a Santa Cruz de La Sierra. Fato que ajudaria enormemente a agroindústria do estado. Teríamos o mercado dos Andes de milhões de pessoas. Não falo em saída pelo Pacífico ou de levar soja em carretas pelos Andes. Falo da agroindústria do estado vender para os povos andinos.

O governo Blairo Maggi, por esse ou aquele motivo, abandonou de vez qualquer entendimento com a Bolívia. Foi um equívoco. Temos novo governo no estado. Se eu pudesse dar um conselho ao governador diria que escolha alguém da confiança dele para fazer essa ligação constante com os bolivianos. Não deixe solto esse assunto.

Se deixar, a Secretaria de Indústria e Comércio puxa para um lado, a Segurança, a Sinfra ou a Agricultura para outro e nada anda. Coloque alguém para fazer esse meio do campo.

Se não quiser fazer uma ligação maior com Evo Morales ou La Paz, faça com as autoridades de Santa Cruz de La Sierra. Ou pelo menos com deputados e senadores eleitos por essa região de fronteira. Na hora de algum entrevero, eles podem ajudar a contornar desentendimentos ou levar pleitos a outros dirigentes do país.

O que não pode haver é indiferença para com o vizinho. Só o caso do gás já mostra como eles são importantes para este estado. Se MT tivesse uma ligação mais efetiva com a Bolívia teria ajudado a Petrobras a contornar esse imbróglio antes. Não ajudamos em nada porque não tínhamos ninguém com quem dialogar do outro lado da fronteira.

Novo governo, novo tempo, novas atitudes. Os bolivianos vão entender o novo momento e quem sabe esqueçam a indiferença ou até mesmo a arrogância com que os tratamos nesses últimos anos.

Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com


 


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