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Terça - 10 de Fevereiro de 2015 às 17:58
Por: Alfredo da Mota Menezes

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ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e articulista político em Cuiabá.
ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e articulista político em Cuiabá.
Este espaço sempre defendeu que se deve ter um acordo com a Bolívia para o combate à droga lá dentro do país vizinho. Ficar somente na fronteira não é o caminho correto.

Pois bem, surgiu agora a oportunidade. A Bolívia quer renovar o acordo do gás com o Brasil que vence em 2019.

Uma mão lava a outra, o acordo teria que ser amplo, incluindo o combate à droga.

Jornal de circulação nacional trouxe matéria sobre as pretensões dos bolivianos e é em cima disso que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, atuando juntos, deveriam pressionar Brasília.

Diz a matéria que Bolívia e Brasil devem dar inicio, em breve, a uma renegociação do contrato do fornecimento de gás.

A Bolívia quer antecipar as negociações porque teme que, quando o Brasil tiver o petróleo do pré-sal, usaria menos gás do país vizinho. Um terço de toda exportação da Bolívia é o gás. O país é dependente disso.

A Bolívia pretende, com a antecipação da negociação, estabelecer novos preços, quantidade de gás a ser enviada e ainda prazos.

Diz ainda a notícia que “os bolivianos não tem alternativa no médio prazo para vender a matéria prima que não seja a rede de dutos que liga os dois países”.

É aqui o gancho: eles não têm recursos para fazerem novos dutos e nem ninguém na região tem esse interesse, a única saída é o Brasil. Sem ter garantia da venda futura desse gás, o país se complica. Depende desse dinheiro para sobreviver.

A matéria ainda diz que o governo brasileiro quer uma renegociação não só em “questões comerciais, mas também pela parceria política dos dois países”. Outro gancho: o Brasil renegocia, mas teria que pedir um acordo também no combate à droga lá dentro do país.

O governo estadual tem condições de checar essa informação sobre a renegociação Brasil-Bolívia.

Se verdade, Pedro Taques poderia manter contato com o governador de Mato Grosso do Sul e, em conjunto, dá um jeito de entrar nessa conversa junto aos Ministérios da Justiça e do Exterior.

Se portas fecharem por aí, grudar na proposta do José Serra de que o Senado só ratifica tratados com países, como no caso da Bolívia, se houver acordo de combate à droga. A Bolívia não tem jeito de dizer não.

Ninguém acredita que aquele governo sozinho possa enfrentar cartéis de drogas que tem bilhões de dólares.

No ano passado o governo dali disse ter aplicado 16 milhões de dólares (pouco mais de 40 milhões de reais) para um ano de combate à droga. Parece brincadeira, não?

Um acordo com a Bolívia poderia diminuir a vinda de cocaína para o Brasil.

O país economizaria bilhões de reais no combate a violência que isso gera e no tratamento dos dependentes.

ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e articulista político em Cuiabá.

pox@terra.com.br

www.alfredomenezes.com  



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