Reduzir desigualdade, igualar oportunidades
Ao alcançar, sexta-feira passada, em Santa Cruz do Xingu, a marca dos cem municípios visitados nesta jornada de mobilização de forças e de renovação de esperanças, me permito, com os agradecimentos a Deus, pela inspiração, e ao povo, pela acolhida, um breve e emocionado balanço.
Não um relatório de horas voadas, quilômetros rodados, algo do gênero. Mas, sim, uma ‘contabilidade dos sentimentos’, a contrapor frustrações a esperanças renovadas, sonhos adiados ou interrompidos a expectativas refeitas na certeza de que é possível, sim, construir um Mato Grosso mais rico e menos desigual, mais próspero e mais generoso.
Desde o dia 16 de abril, quando comecei pelo chamado ‘Vale dos Esquecidos’, até a última sexta-feira (06/08), tive a oportunidade de mapear um Mato Grosso que não aparece nos traços dos cartógrafos, nos balanços de tecnocratas e, menos ainda, nos relatórios governamentais: o Mato Grosso de crônicas desigualdades regionais, de absurda concentração de renda mascarada por “PIBs per capita” e outros artifícios ‘contábeis’.
O desmonte da rede estadual de saúde, os vergonhosos indicadores na Educação, a falta de investimentos em transportes, a desestruturação da segurança pública como ‘estímulo’ ao crime, tudo isso reflete, de forma dramática, um governo que, nos últimos quase oito anos, não teve qualquer preocupação em democratizar os frutos da riqueza.
Nesses quase quatro meses de andanças por já agora 105 municípios, pude medir o quanto a falta de um projeto de governo focado nas verdadeiras transformações sociais pode comprometer o futuro e subverter os princípios do desenvolvimento.
Da perspectiva geoeconômica – e também social e humana – Mato Grosso se apresenta como uma ‘formação’ de pequenas ‘ilhas’ de riqueza, cercadas de vastas áreas que, esquecidas à própria sorte, foram isoladas do processo de modernização da economia. Ainda que os índices macroeconômicos as camuflem, essas disparidades entre as regiões de um mesmo e ‘rico’ Estado também se reproduzem na injusta distribuição de renda e de oportunidades entre as pessoas.
Como diria o poeta a propósito de outro Estado, “Mato Grosso são muitos...” Contudo, e lamentavelmente, não há aqui poesia. Mas a triste constatação de que em nosso Estado, riqueza concentrada e excludente se sobrepõe a indicadores ainda alarmantes de pobreza; algumas regiões exibem índices ‘californianos’ de ‘progresso’ enquanto outras patinam ou definham na longa ausência de investimentos públicos estratégicos.
Criar as condições para reduzir progressivamente desigualdades sociais e disparidades regionais será o princípio essencial e a preocupação permanente de nosso governo. Para isso, vamos investir na geração de oportunidades, seja na democratização do acesso a serviços públicos de qualidade (educação, saúde, segurança, moradia etc), seja na criação de infraestrutura de transportes, na qualificação profissional e na geração de emprego e renda.
A nossa geração tem o dever ético e a responsabilidade social de resgatar Mato Grosso da condição de “estado rico, mas socialmente injusto” a que está relegado hoje.
Depois dessa trajetória que me levou a mais de cem municípios, mais do que nunca tenho a certeza de que posso liderar esse resgate, à frente de um governo que tenha no desenvolvimento econômico não um fim em si mesmo, mas um instrumento de justiça social.
Transformar índices macroeconômicos – que por mais reluzentes não tem qualquer relação com a autêntica prosperidade – em instrumentos de desenvolvimento sociocultural, de inclusão social e promoção humana – esse é o desafio que vamos vencer juntos. Você crescendo com Mato Grosso.
*Wilson Santos é professor e candidato a governador pela Coligação Senador Jonas Pinheiro