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Quarta - 21 de Julho de 2010 às 22:15
Por: Elian Lucci

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Professor Elian Lucci é bacharel e licenciado em Geografia e História pela PUC-SP
Professor Elian Lucci é bacharel e licenciado em Geografia e História pela PUC-SP

O nosso planeta é um organismo vivo. Diante disso é preciso compreender que, como nós, ele também sofre com doenças e ulcerações.

Algumas delas são próprias de suas metamorfoses, ou seja, transformações geológicas, enquanto outras são provocadas por ações, sobretudo de seus habitantes.

Porém, o nosso planeta tem uma determinada capacidade para atender às demandas de seus habitantes ao desenvolverem seus respectivos modos de vida e esta capacidade foi avaliada, nos primeiros anos do novo milênio, pela Fnuap – Fundo das Nações Unidas para Assuntos Populacionais – em aproximadamente sete bilhões de habitantes, já adicionado um valor relativo à capacidade tecnológica que o homem moderno alcançou.

Se olharmos para a situação demográfica do mundo pode-se verificar que ainda nos faltam alguns milhões de pessoas para atingirmos os limites do planeta, mas aí está o grande problema: a atual população da Terra vem consumindo de forma desmesurada.

Com o advento da Globalização e a expansão do comércio a que estamos assistindo, nossa sociedade vem se defrontando com graves questões socioambientais, provocando o advento de novos conceitos para a sua melhor compreensão e tomada de posição diante da gravidade do problema que o consumismo excessivo vem gerando ao planeta.

Um dos mais recentes conceitos e que mostra o impacto do consumo desenfreado que marca nossa sociedade é o da pegada ecológica, a qual pode ser definida como a área de terras produtivas que cada pessoa precisa para sustentar o seu consumo e absorver seus resíduos pelo período de um ano.

A pegada ecológica de cada um depende de seu padrão de consumo. Atualmente cada habitante do planeta tem 1,6 hectares de terras produtivas disponíveis ao ano. Nos anos 1960 era de 6,3, o que seria o ideal para hoje.

Entretanto, os países mais industrializados têm uma pegada ecológica muito forte superior a 6 ha/pessoa/ano, provocando déficits globais. Isso significa que tais países, ao exigirem mais do que se tem em disponibilidade por pessoa para seu padrão de vida, comprometem os padrões dos demais países, que, como o Brasil e a Argentina, por exemplo, que não chegam a consumir mais hectares do que tem disponível.

Cada brasileiro consome 2,4 hectares de recursos naturais, ou seja, 0,3 hectares além da média mundial, mas a oferta de recursos é de 7,3 hectares por pessoa – bem acima da média mundial.

Portanto, a análise da pegada ecológica indica que precisamos rever urgentemente nossos padrões de produção e consumo, porque, no patamar em que se encontra, já se consomem 30% a mais de recursos do que o planeta pode nos oferecer. É por isso que se ouve, constantemente, em relatórios, congressos e na mídia, que vai faltar planeta. Tal situação não é, com certeza, a que as nações de hoje querem deixar como herança para os futuros habitantes do planeta. Para tanto, então, é necessário que haja um efetivo movimento na educação das novas gerações, a fim de que aprendamos todos a consumir com responsabilidade social.

Sobre o autor
O professor Elian Lucci é bacharel e licenciado em Geografia e História pela PUC-SP. Professor da rede particular de ensino do estado de São Paulo. Pós-graduado em História, Geografia e Turismo pela Faculdade Dom Bosco - SP. Diretor da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) - seção local - Bauru-SP. Diretor da Arvo Comunicación - Salamanca – Espanha.



URL Fonte: https://toquedealerta.com.br/artigo/734/visualizar/