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Segunda - 12 de Dezembro de 2016 às 06:56

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Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes
Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes

O resultado da avaliação internacional do ensino médio brasileiro pelo PISA, publicado nesta semana, foi um desastre. Entre 70 países avaliados pela OCDE, o Brasil ficou na posição 64. Foram avaliados 23 mil jovens brasileiros entre 15 e 16 anos de idade de escolas públicas (74%) e também das particulares. Todas saíram mal.

De três em três anos analisa-se três áreas: matemática, ciências e leitura. Nas três, o Brasil andou para trás se comparado com o Pisa de 2012. O atual ministro da Educação chamou o resultado de ‘tragédia‘. Bota tragédia nisso.

A maioria dos estudantes brasileiros não consegue nem interpretar um texto simples em leitura.Daí a grande preocupação com a tal da redação no Enem.Se não conseguem ler direito um texto, como conseguir fazer uma redação adequada sobre esse ou aquele tema?

A preocupação cresceu porque o orçamento do MEC subiu mais de três vezes nos últimos 12 anos, passou de 43 bilhões para 130 bilhões. E continuamos a andar de marcha ré. O Ministro da Educação diz que a maior parte desse orçamento vai para o ensino superior, que vai buscar meios de mudar essa equação e dirigir mais recursos para o ensino fundamental.

Vai haver um choque, as universidades públicas alegam que recebem pouco se incluir o dinheiro para pesquisas.E, além disso, se tem pela frente o teto do gasto público, incluindo educação.

Especialistas falaram nos motivos que levam a educação brasileira para a quase rabeira no mundo. Começam com a formação inadequada do professor. E, em muitos casos, esse professor, com um tipo de formação, dá aula em outra disciplina.

Falam ainda que as universidades estão formando pessoas com mais teorias do que prática de ensino. Que tudo isso faz a profissão de professor não ser atrativa e por consequência não leva gentes mais qualificadas para competir nela.

A indiferença da maior parte dos pais seria outro motivo. Muitos desses pais estão contentes com as escolas que seus filhos têm porque eles tiveram menos que isso em sua geração. Daí que não pressionam professores e escolas para melhorar a educação de seus filhos.

Pesquisas mostram que menos de 10% dos pais colocam a educação como prioridade. Daí que governantes não se preocupam muito com o assunto, como preocupam com a saúde, que hoje dá e tira votos na próxima eleição.

O que mais encabula nisso tudo é que o resultado do Pisa, que deveria provocar uma reação nacional, passou como se fosse um acontecimento em outro planeta.Falamos mais nas estripulias do Renan Calheiros do que no desastre na educação. Em outros países, inclusive alguns da América Latina, se ocorre um fato desses, buscam os erros para corrigi-los.

E por falar em América Latina, perdemos no Pisa para Argentina, Chile, Uruguai, México, Costa Rica, Colômbia, Peru. Só ganhamos da Republica Dominicana que foi a última.

E sem educação adequada,o resto das coisas do país vira um resto mesmo. Somos consequência disso.

Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes



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