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Domingo - 01 de Janeiro de 2017 às 22:29

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Vilson Pedro Nery é advogado em Cuiabá
Vilson Pedro Nery é advogado em Cuiabá

O nosso país mergulhou numa crise política – primeiramente -, e depois constitucional, a partir do fechamento das urnas na eleição presidencial de 2014, quando alguns moralmente lesados, não suportando a derrota eleitoral e política, passaram a atacar a Democracia com todas as armas, em busca de desgastar o governo e provocar a queda da presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros.

E com isso, desde meados de 2016 o golpe se consolidou, a presidenta eleita foi afastada pelo voto de diversos congressistas réus em processos penais sob as mais diversas acusações, e desde então se iniciou uma agenda que penaliza a sociedade, paralisa o país, e lança gerações de brasileiros em uma angustiosa agonia em saber qual o próximo direito a ser dilapidado.

Por isso não é tarde pedir: volta Dilma!

É claro que o mundo sofre uma crise capitalista, e a política brasileira vinha sabendo enfrentar a situação e mitigar os efeitos diante do cidadão comum, justo aquele que mais necessita de política pública. Direitos veiculados por programas inclusivos como o Minha casa Minha Vida, Pronatec, Bolsa Família, Pronaf, Prouni, Fies, mais Médicos, entre outros, criavam uma ambiente em que os efeitos da crise internacional não seriam “de todo doídos”.

Mas uma elite não se conformava com a inclusão de pessoas, antes excluídas das políticas estatais, e reforçada por uma campanha midiática e política, sustentada por um sistema de monopólio de comunicação que convence a opinião pública a defender o interesse dos poderosos, se concluiu um processo de impeachment sem crime. Em outras palavras, o Golpe.

Só que passados seis meses o país entrou numa enorme recessão e nem o mais otimista integrante do MBL, o falso movimento liberal que pediu o “Fora Dilma”, (liberal, mas que não consegue viver sem uma verba pública), consegue admitir que chegaram a um bom termo com o governo Temer/PSDB. Um bando de homens brancos, ricos e velhos, está liderando uma ruptura de direitos sociais nunca antes vista.

Os nomes dos “novos gestores” aparecem em toda delação premiada da Lava Jato, diferente de Dilma Roussef, não mencionada por ninguém como pessoa ligada a malfeitos.

Querem acabar com a aposentadoria, impondo obrigação de que a pessoa contribua por 50 anos para ter acesso a um direito social que é garantido pela Constituição Federal, e que também é princípio da dignidade da pessoa humana.

Cerca de 8 milhões de pessoas que viajaram de avião até 2015 abandonaram os aeroportos, e isso demonstra um rápido processo de empobrecimento da população brasileira. Em seis meses os golpistas estão criando uma legião de desempregados que chega a 22 milhões de almas neste mês de dezembro de 2016.

Volta Dilma.

Mas é uma volta para restaurar a Democracia, submeter ao voto popular as alterações que os golpistas fizeram nas leis e na Constituição nesses dias inglórios. E para a convocação de uma Constituinte em tempo razoável para que as pessoas sejam esclarecidas das mudanças que devem ser feitas para chegarmos ao modelo de país que queremos.

Pelo fim dos privilégios, mudança radical em partidos, no sistema de justiça e a eliminação das remunerações absurdas de alguns “iluminados”. Pela ampliação dos direitos à escola, à saúde e por uma política de geração de empregos, distribuição de renda e fim da mercantilização da previdência e para que acabe de uma vez a farra fiscal.

Na atualidade cerca de 42% do orçamento da União é destinado para o pagamento de juros, e esse almoço aos abutres tem que acabar de uma vez; os golpistas estão destinando cerca de R$ 100 bilhões de reais para as empresas de telefonia, o que contraria o aperto que é imposto a toda a sociedade. Os trilhões de reais sonegados demonstram que neste sistema os ricos vão ficar ainda mais ricos, e a ideia de tributar as grandes fortunas, o sistema financeiro, e não quem produz, não agrada aos golpistas.

Por tudo isso, volta Dilma!

Vilson Pedro Nery é advogado em Cuiabá e membro do Movimento Cívico de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE)



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