Alfredo da Mota Menezes
Pós-verdade
Algumas escolas nos EUA estão ensinando aos alunos como diferenciar uma notícia verdadeira de uma falsa. Na Califórnia pode passar uma lei determinando isso para todas as escolas. O Facebook e o Google também pesquisam meios para controlar esse fenômeno do momento mundial. Alguém pode, numa mídia social, colocar uma mentira ou inverdade e ela se espalhar. Dizem que uma mentira na mídia social espalha muito mais rápida do que a verdade.
Frente a esse fato do momento mundial a Universidade de Oxford criou o termo: pós-verdade. Talvez a maneira de tentar explicar isso seja buscando exemplos que a mídia trouxe sobre o assunto.
Donald Trump, como primeiro exemplo, disse que o Papa Francisco o apoiava na eleição para presidente. Não era verdade, se ninguém disser o contrário muitos acreditam.
O mesmo Trump disse também na campanha que o governo Obama, quando Hilary Clinton era Secretária de Estado, era o culpado por surgir o Estado islâmico, o grupo radical árabe. Quando confrontado, saiu com aquela de que o vácuo de poder no mundo deixado pelo governo Obama dera espaço para surgir aquele grupo radical. E fica por isso mesmo e muita gente acaba acreditando.
Outro exemplo citado foi no plebiscito que afastou a Inglaterra da União Europeia. Apareceram informações de que o país perdia milhões de libras por semana com sua participação naquela integração econômica. Muita gente acreditou e não era verdade. É o tal do pós- verdade criada por aquela universidade.
No Brasil tem uma correndo e vai pegar. Fala grupo contra a reforma da Previdência que o sistema não tem déficit nenhum, que o dinheiro foi desviado para cobrir outros buracos. E, mais interessante, é que falam que o grande gasto da finança nacional está na divida externa e que 53% dos recursos nacionais estariam sendo drenado para isso. Uma loucura que pode pegar.
Hoje a divida interna é muito maior que a externa. O que o governo Dilma gastava e o atual gasta para manejá-la é uma montanha de dinheiro. E um dos culpados por esse dreno de recurso nacional é justamente o crescente buraco na Previdência. Mas tem gente que acredita na outra versão.
Enfim, a mídia social é útil e veio para ficar. Ela pode ser usada para notícias e assuntos bons e positivos como também para muitas maldades e inverdades.
Os meios de comunicações tradicionais estão se fortalecendo com isso. É que a notícia ali é mais checada e pesquisada. Jornais tradicionais norte-americanos têm recebido mais assinaturas para a publicação online no momento do que antes. Gentes abandonando a mídia social porque não sabem se acredita nessa ou naquela notícia. Os jornais tradicionais, que pareciam que iam ficar pequeno, estão contratando mais profissionais para trabalhar porque crescem o número de assinatura.
Frente a esse novo momento, o jornal The New York Times criou o termo: pró-verdade para se contrapor ao pós-verdade. A notícia será ainda mais investigada e checada.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com