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Quinta - 04 de Maio de 2017 às 18:43

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Alfredo da Mota Menezes é articulista e escreve às quintas-feiras em A Gazeta.
Alfredo da Mota Menezes é articulista e escreve às quintas-feiras em A Gazeta.

Estive num evento em Poxoréo. Convidado a falar entrei por um viés de que nem lembro mais. Depois lamentei não ter falado o que exponho neste artigo.

A maioria das cidades de antigos garimpos no estado está em lugares acidentados e de morrarias, não próprios para a agricultura extensiva. O grande problema delas, como no caso de Poxoréo, é a geração de emprego e renda.

Avento uma hipótese para Poxoréo: o turismo religioso. Tento explicar. Foi encontrado embaixo do altar da igreja local o coração intacto de um missionário italiano. Aquilo provocou (e continua provocando) um alvoroço religioso regional e até estadual depois que noticiário de televisão comentou o fato.

O Vaticano está estudando a beatificação do missionário. Imaginemos que o Vaticano concorde em beatificá-lo. Um fato desses poderia provocar uma constante romaria de peregrinos à cidade.

Paralelamente a esse fato, fala-se em Poxoréo em colocar uma estátua gigante de um Cristo Redentor com braços abertos numa ponta de morro que fica pertinho da cidade. O lugar foi bem escolhido, de qualquer lugar da cidade se avistaria a estátua. Ela também poderia ser visitada. Outro ingrediente nessa hipótese do turismo religioso.

Fala-se que a estátua custaria uns três milhões de reais. Será que se fizer contas mais ajustadas não daria para diminuir essa quantia? Com um custo menor daria para se buscar recursos para essa empreitada, até mesmo de emendas.

Está também em andamento a construção de um memorial amplo e de arquitetura até arrojada para sepultar o corpo do padre Pedro, considerado um quase santo localmente. Este padre italiano, como pároco, foi quem iniciou a busca na Itália dos recursos para se fazer enorme investimento na cidade nas áreas de saúde, educação, esporte,creches e recuperação de drogados. É a chamada Operação MT que levou milhões de euros para a cidade para aquelas áreas. O memorial teria um pequeno museu com o que foi feito pelos italianos em Poxoréo. Outra ligação com o turismo aqui aventado.

Se a cidade acoplar a esse turismo aquele outro de visitas às cachoeiras, lagoas, rios, montanhas, coisas próprias de região de garimpo, estaria formada uma equação que poderia, junto como turismo religioso, levar mais emprego e renda para a cidade.Com isso se melhoraria o IDH da população local.

Nada impede que se possa ter fábrica de laticínios para aproveitar o leite do gado criado ali.Também aproveitar a grande quantidade de águas para se criar peixe.Ou trabalhar pedras semipreciosas. Se juntasse tudo até atrairia novos moradores em busca de emprego e não, como hoje, continuar exportando gentes dali.

Voltando ao turismo religioso. Segundo se comenta, existe a possibilidade concreta do Vaticano beatificar mesmo o missionário italiano.A cidade está preparada para isso? O peregrino teria que se sentir confortável para poder voltar à cidade e até mesmo propagar que ali se recebe bem as pessoas em busca de conforto espiritual.

Alfredo da Mota Menezes é articulista e escreve às quintas-feiras em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com



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