Ernani Caporossi
Facetas ou lentes de contato?
Responsáveis por uma revolução na Odontologia, ao permitir o retorno do sorriso e, consequentemente, maior autoestima com menos desgastes, as facetas logo ganharam a confiança dos pacientes, por ser um procedimento que, em alguns casos, dispensa anestesia e mantém o dente sadio.
Naturalmente, esta confiança conquistada motivou o surgimento de facetas cada vez mais finas, resultando nas lentes de contato dental, que nada mais são do que restaurações em mínimas espessuras, no máximo meio milímetro, envolvendo a parte externa dos dentes da frente.
Tanto a faceta quanto a lente de contato dental corrigem dentes assimétricos (com tamanhos diferentes), escurecidos e resistentes ao clareamento, fecham os espaços entre os dentes (diastemas) e ainda podem ser utilizadas para alterar o formato dos dentes, proporcionando mais harmonia ao sorriso.
A diferença entre uma e outra está na espessura e na necessidade do paciente. Enquanto as facetas são indicadas para dentes com múltiplas restaurações, as lentes de contato requerem o mínimo de preparo. Por outro lado, ambas são contraindicadas em casos de dentes muito comprometidos, má saúde gengival e mordida desequilibrada - casos em que as coroas de porcelanas são a alternativa por envolver todo o dente e não apenas a parte da frente.
Outra diferença está no preparo, que no caso das lentes de contato basicamente não existe. O procedimento começa com anamnese, um protocolo fotográfico uma minuciosa análise facial e dentária, modelo de estudo, simulação virtual, enceramento de diagnóstico e simulação bucal, para, então, planejar os novos tamanhos, formatos e cores dos dentes. Normalmente, os tratamentos em si são rápidos, a não ser que o paciente tenha que passar por outros procedimentos.
Por isso, a escolha de um ou outro procedimento deve levar em consideração o correto diagnóstico, qualidade técnica e planejamento caso a caso. Não dá pra se deixar levar, por exemplo, pelo grande marketing da lente de contato na mídia. É preciso seguir os três princípios restauradores modernos: máximas prevenção e preservação e mínima intervenção, sempre com o foco na conservação do dente e na longevidade do tratamento.
Outro fator fundamental para o sucesso do procedimento é o paciente retornar sempre ao dentista para manutenção, normalmente a cada seis meses. Evidentemente, o paciente deve manter uma boa saúde gengival, nunca esquecer o fio dental e usar preferencialmente escovas extra-macias.
Quanto ao risco de facetas ou lentes de contato se descolar dos dentes, ele é ínfimo, a não ser que o paciente roa unha, morda caneta ou tenha uma mordida desequilibrada.
Ernani Caporossi é especialista em Dentística Restauradora e Prótese Dental, MBA em Gestão em Saúde