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Quarta - 07 de Junho de 2017 às 19:53

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Helio Monti é superintendente da Eletronorte-Gerencia de Obras de MT e Mestre em Economia pela UNB
Helio Monti é superintendente da Eletronorte-Gerencia de Obras de MT e Mestre em Economia pela UNB

Segundo o genial físico inglês, Stephen Hawking, os humanos precisam deixar a Terra dentro dos próximos 100 anos se quiserem garantir a sobrevivência da espécie. De acordo com o renomado cientista, a vida no planeta está cada vez mais em risco de extinção. Ele defende que a espécie humana não terá futuro a não ser que vá ao espaço. Acometido, desde muito jovem, de esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa progressiva e incurável, Hawking vem fazendo alertas de que a humanidade anda abusando do planeta e que podemos acabar nos extinguindo como espécie.

Stephen Hawking é, sob todos os aspectos, um assombro. Uma mente genial presa num corpo decrépito, seus feitos na área da Física Quântica se tornam ainda mais sensacionais se lembrarmos que o médico que o diagnosticou com ELA lhe deu só dois anos de vida. Isso foi em 1963; Hawking hoje tem 71 e por isso tudo deve ser ouvido com muita atenção. Guerras nucleares cada vez mais plausíveis na luta pela hegemonia mundial podem ser um dos fatores mais prováveis da destruição da espécie humana.

Agora mesmo, dirigentes de várias nações se digladiam de forma extremamente perigosa para o planeta. A Coreia do Norte exibe constantes testes de mísseis capazes de transportar ogivas atômicas a grandes distancias. Os Estados Unidos respondem mobilizando verdadeira força de guerra para a região. O Estado Islâmico espalha o terror pelo mundo catalisando ódio e sentimento de vingança por onde passa. O Oriente Médio profundamente conflagrado com a Síria em estado de destruição tendo por trás um arriscado antagonismo entre os EUA, de um lado e a China e a Rússia de outro, além do crônico problema entre Israel e os palestinos, que na verdade é apenas um pano de fundo da luta das potencias por hegemonia na principal província produtora de petróleo do planeta. Afeganistão e Iraque em total desequilíbrio interno com atentados constantes e suas crônicas disputas étnicas e religiosas. O Irã e seu eterno conflito com os EUA, de onde pode surgir também um rastilho nuclear de alta capacidade destrutiva.

Tensões separatistas se espalham pelo mundo atiçando vários focos de discórdia e guerra. Situações críticas no Egito, na Líbia e na Tunísia. África subsaariana com seus litígios tribais e uma violência endêmica. Dessa sopa de ódio, temperada com o sangue das lutas pelo poder, pode surgir o fim da civilização humana. Tudo isso coroado com a radicalização negativa de potencias, como EUA e China, nas questões climáticas e de preservação ambiental, além da constatação de que parte da humanidade vive sem condições de sustentabilidade ecológica.

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) é taxativo: devido à excessiva exploração e poluição, precisaremos de um novo planeta Terra até 2030 se mantivermos as mesmas taxas de danos à natureza. Metade de nossa população de mais de 7 bilhões de pessoas, segundo a ONG internacional, vive em desacordo com os padrões sustentáveis de estilo de vida. Isso sem falar que a estimativa da organização leva em conta a projeção do crescimento populacional feita pela ONU, que segundo eles estão abaixo do que realmente deve acontecer. O cálculo que os levou a fazer tal afirmação diz respeito à poluição. Daqui a 20 anos, precisaremos do dobro da capacidade atual em capacidade de capturar CO2. Sem isso, haverá um inevitável desequilíbrio nas taxas de recursos naturais do ecossistema, e no clima do planeta.

O cálculo ainda dá uma grande alfinetada nos norte-americanos: eles afirmam que, se o mundo todo tivesse a mesma taxa de consumo da população dos EUA, não precisaríamos apenas de mais um planeta Terra até 2030, e sim de quatro Terras e meia. O relatório indica que tivemos uma queda média de 30% na biodiversidade no mundo. Considerando apenas os trópicos, essa taxa é de 60%. Resumo da ópera: preparem seus netos para aventuras espaciais inevitáveis.

Helio Monti é superintendente da Eletronorte-Gerencia de Obras de MT e Mestre em Economia pela UNB



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