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Quarta - 19 de Julho de 2017 às 17:03

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Lourembergue Alves é professor e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço aos domingos.
Lourembergue Alves é professor e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço aos domingos.

A teimosia infundada não é, nem foi uma atitude saudável. O problema maior é quando a teimosia se torna prática corriqueira entre os agentes políticos. Estes, aliás, se transformam em agente público também pela via eleitoral, ou seja, pelas mãos do eleitorado. Por isso, eles, em especial na condição de agente público, jamais deveriam perder de vista os desejos, as necessidades e as vontades da população. Mas, infelizmente, não é isto que acontece cotidianamente. Veja (e) leitor, por exemplo, a criação da Secretaria Municipal Extraordinária Cuiabá 300 Anos.

Criação que teve a aprovação de vinte e um dos vinte e cinco vereadores cuiabanos, e até o apoio de uma ou outra entidade da Capital. Mas, cabe lembrar, a imensa maioria dos munícipes é contra a instalação dessa nova pasta. O prefeito, no entanto, preocupado tão somente em contemplar e acomodar parceiros da campanha eleitoral de 2016, ou parcerias de primeira ou de última hora, não está nem aí para a população. Explica-se, então, o porquê ele não lhe dá ouvidos.

Não dá ouvidos para a população porque, segundo o governo municipal, a nova secretaria não gerará despesas. Estranho! Muito estranho a aritmética utilizada pelo peemedebista que se encontra à frente da administração pública da Capital. Por sorte, os demais cuiabanos não frequentaram as aulas de matemática que o Alcaide-mor frequentou. Até porque a Secretaria Extraordinária Cuiabá 300 Anos contará com dezesseis cargos, com um custo anual de 1,2 milhão. Somam-se a esta bagatela as despesas com energia, telefone, água, cafezinho, papel, computadores, etc.

Além de todo este gasto, que poderia ser evitado, até em razão das dificuldades financeiras do país, bem como da Capital, o prefeito Emanuel Pinheiro irá cometer o mesmo erro que cometeu o ex-governador Blairo Maggi ao criar a Agência da Copa do Mundo. Agência que mais tarde foi transformada em secretaria. Blairo Maggi deveria isto sim, quando se encontrava à frente do governo estadual, ter criado tão somente um núcleo de trabalho.

Aliás, é justamente isto que o prefeito Emanuel Pinheiro deveria ter criado. Um núcleo de trabalho, composto de três pessoas, ligado diretamente ao seu gabinete, incumbido de captar as ideias do seio da sociedade, e com a responsabilidade de auxiliar as pastas de Obras Públicas, da Cultura, etc., etc.

Evitar-se-ia, desse modo, gastos desnecessários (os que serão realizados pela Secretaria Extraordinária), e, melhor ainda, possibilitaria maior dinamismo aos festejos dos três séculos da Capital mato-grossense.

Nem tudo está perdido. Ainda há tempo para que o prefeito-peemedebista Emanuel Pinheiro volte atrás, e abandone a ideia de implantar mais uma pasta em sua gestão. Contudo, ele, o prefeito, não quer voltar atrás. Reconhecer o próprio erro é uma grande virtude, e, certamente por isto, uma atitude de pouquíssimos agentes políticos e agentes públicos. Reconhecer o erro e recuar são, portanto, grandes ações. Ações de estadistas, de líderes e de verdadeiros gestores públicos, e não são, definitivamente, para qualquer um político. É isto.

Lourembergue Alves é professor e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br.



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