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Segunda - 24 de Julho de 2017 às 14:17

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Helio Monti é superintendente da Eletronorte-Gerencia de Obras de MT e Mestre em Economia pela UNB
Helio Monti é superintendente da Eletronorte-Gerencia de Obras de MT e Mestre em Economia pela UNB

As atividades decorrentes da presença do homem na Terra impactam em maior ou menor escala o meio ambiente dependendo da região do planeta em que isso ocorre. Muito embora as nações ricas possam ter tecnologia de ponta disponível para mitigar o grande impacto que provocam em razão do elevado nível de consumo de suas populações, sua contribuição para a degradação e o esgotamento da capacidade de suporte e resiliência da Terra são maiores do que em regiões mais pobres. Basta constatar quais são os maiores contribuintes para o aquecimento global com farta oferta de gases estufa: China, Estados Unidos, União Europeia, Índia, Rússia, Indonésia, Brasil Japão, Canadá e México.

Paradoxalmente, se de um lado a melhora das condições de vida das nações mais pobres, elevando o grau de consumo de seus povos, é benéfica, de outro vai acelerar o fim dos recursos que a natureza colocou à disposição do homem e que são finitos. O que pode reduzir a médio prazo esse prognóstico sombrio?

Entre outras medidas, em primeiro lugar a redução da quantidade do maior agente agressor nesse processo: o próprio homem. Usando outras palavras, uma desaceleração do crescimento populacional seria um fator fundamental para resguardar condições ambientais minimamente decentes para as futuras gerações.

E, seguramente, o segundo fator seria a necessidade de um crescimento vertical no nível de escolaridade e educação dos povos mais carentes. Ou seja, é uma tarefa gigantesca em nível global, de uma complexidade sem par e de uma resposta extremamente lenta e discutível.

Chega a ser utópico, embora alguns indicadores disponíveis possam dar uma pista um pouco menos pessimista. Focando apenas no quesito populacional, inicialmente nas previsões brasileiras. O país, que atualmente tem 207,8 milhões de pessoas, passará, de acordo com essa previsão, a ter 228,6 milhões em 2030, depois 238,2 milhões em 2050, e, finalmente, 200,3 milhões em 2100. Os dados indicam que logo após o ano de 2050 o país começaria um suave declínio populacional, resultando nessa diferença de 7 milhões a menos que em 2015 até o fim do século.

Extrapolando para o mundo, na metade da década de 1990, a população global aumentava num ritmo de 82 milhões de pessoas por ano. Em 2004, a população mundial era de 6,4 bilhões de pessoas e aumentava a um ritmo anual de 1,3%, ou seja, 76 milhões de pessoas por ano. Percebe-se que o número continua aumentando, mas num ritmo mais lento. Dados indicam que as mulheres, de uma forma geral, em todo o mundo, estão optando por ter menos filhos, contradizendo previsões de que a população mundial chegaria a 10 bilhões no fim deste século, de acordo com um estudo da ONU.

Demógrafos de diversos países, a serviço da ONU, estimaram esse novo número para algo entre 8 bilhões e 9 bilhões. Como a capacidade de abrigo da Terra, segundo estudiosos, está em torno de 10 bilhões de pessoas, espera-se que esta lenta redução no crescimento do número de habitantes possa convergir para um nível de estabilização por volta de 2030 e, a partir daí, passe a sofrer uma queda, o que, em tese, poderia garantir uma sobrevida ao planeta, considerando também uma evolução tecnológica que possa contribuir sobremaneira na solução de questões ligadas à preservação ambiental entre as quais se destacam, maior eficiência na reciclagem de matérias primas, uso racional da terra, da água e do ar e desenvolvimento de uma grande gama de recursos sintéticos capazes de substituir os recursos naturais que um dia se esgotarão. Se a humanidade se adequar a um nível de consumo mais racional, trabalhar duro em várias frentes e mudar radicalmente conceitos e culturas altamente deletérias poderá perpetuar essa maravilha da natureza chamada Terra.

Helio Monti é superintendente da Eletronorte-Gerencia de Obras de MT e Mestre em Economia pela UNB



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