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Segunda - 07 de Agosto de 2017 às 22:33

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VICENTE VUOLO é analista legislativo do Senado, economista e cientista político
VICENTE VUOLO é analista legislativo do Senado, economista e cientista político

Temos alertado nesta coluna há alguns anos, sobre a necessidade de o país priorizar o transporte ferroviário criando uma nova matriz de transportes mais equilibrada e racional, retirando do transporte rodoviário, que é nocivo para a saúde da população e não é econômico.

Apesar de se tratar de uma luta do “Índio contra Golias”, não nos falta determinação e educação política para tentar convencer políticos e governos que teimam em seguir pelo caminho da destruição do meio ambiente.

Nessa viagem dos meus sonhos, livre dos engarrafamentos, da poluição, do deslocamento a longa distância irracional de passageiros e cargas por rodovias, o que vale é apreciar a natureza, as matas que oxigenam o meio ambiente, os rios piscosos que nos alimentam saudavelmente, os animais que correm livres da ganância humana.

Apesar de não existir um Plano Nacional Ferroviário de Norte a Sul no país, existem ações isoladas que merecem serem enaltecidas.

É o caso da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), administrada pela Companhia Vale do Rio Doce. Rompendo um longo período de depreciação de locomotivas e vagões no país, a Vale investiu US$ 80 milhões para a aquisição de novos vagões. Foram comprados 56 novos carros (10 de classe executiva, 30 de classe econômica, além de carros restaurante, lanchonete, gerador e vagão exclusivo para portadores de necessidades especiais – cadeirante e pessoas com dificuldade de locomoção).

Agora, não há mais janelas, os vagões são 100% vedados, têm ar condicionado e tratamento acústico em todas as classes. O Trem conta com internet wi-fi e conteúdo de entretenimento off-line gratuitos. Há, também, serviço de bordo com café da manhã, almoço e jantar em todos os ambientes (com preço atrativo e cardápio variado).

É o momento de se concluir a ferrovia São Paulo – Cuiabá, hoje com os trilhos parados na cidade de Rondonópolis, a apenas 200 km de Cuiabá. E nessa viagem dos meus sonhos não só de cargas (para transportar a nossa imensa produção agrícola) mas também poderia introduzir vagões de passageiros para apreciar os nossos três ecossistemas: pantanal, floresta e cerrado.

Ao contrário do que alguns dizem, a ferrovia não destrói a natureza, e sim se integra com ela. No Canadá, berço da ecologia, as ferrovias atravessam o maior país do mundo cortando lagos, florestas, montanhas.

Muitos trechos ferroviários que antes eram cobertos com trens de passageiros podem ser reativados com baixíssimo investimento, mas com alto retorno para a vida dos passageiros.

Além disso, nas regiões metropolitanas, em vez de ampliar as avenidas e rodovias, é hora de se investir em trilhos, que na forma de metrô, quer nos veículos leves sobre trilhos.

“Pela estrada de ferro, sobre os trilhos e rodas, o contraste entre as coisas velhas e novas... segue entre as linhas paralelas que estão localizadas entre duas estações. Nas cidades grandes, pequenas ou aldeias, a estrada segue revelando um fascínio... no apito agudo do trem. No túnel, o mistério doce do dia que se torna noite e da noite que torna o dia... sem o auxílio de um pernoite. E, para o desconhecido, segue a estrada de ferro... sempre mostrando um lado bom da vida”.

VICENTE VUOLO é analista legislativo do Senado, economista e cientista político vicente.vuolo10@gmail.com



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