Rapphael Curvo
É preciso a verdade
O Brasil precisa muito da verdade, deixar de lado as mentiras que são passadas ao povo brasileiro todo santo dia. Não é mais possível continuar a viver se organizando pensando com base em informações mentirosas, propostas ardilosas e enganadoras que são transmitidas diariamente pelo governo e o Congresso Nacional. Estes ardis já têm ramificações em toda a estrutura dos Poderes da Nação. Até mesmo o Supremo Tribunal Federal tem tomado atitudes que confrontam com a boa conduta que deveria ter e transmitir a população. Decisões realizadas pelas turmas tem mostrado a tendência, e forte, de que a política está determinando os votos dos seus membros. Articulam-se para criar escape aos malfeitores que desmantelaram o País. Pressupõe-se que dedicam simpatias aos senhores meliantes e, principalmente, ao chefe do bando, o ex presidente e seu grupo. Agem com cautela e se utilizam de todos as chicanas jurídicas para o favorecimento dessas pessoas que levaram, não só o dinheiro que estava dentro do cofre, mas toda a economia do Estado brasileiro.
Utilizando-se da mídia que é dependente do dinheiro público para sobreviver, dada a carência de cultura do povo que, em razão, não é mercado consumidor dos seus produtos, o governo federal, mesmo os estaduais e municipais, realiza um festival de mídia com propostas de reformas que são verdadeiras obras de ficção. Partem, seus estudos, de bases que não se sustentam na aceitação popular e mesmo aos mais sensatos membros que ainda existem no parlamento do Brasil. As reformas, sempre são "reformadas" no nascituro e ao final descaracterizadas. Aí estão as reformas da Previdência, Trabalhista e Política como exemplos. Esta última beira a irracionalidade e, de forma clara, a crença dos parlamentares que neste País pode-se tudo, até intitular o eleitor brasileiro de idiota e otário. Os 3,6 bilhões para campanha foi a maior aberração apresentada entre muitas outras e que ainda tentam fazer vigorar, como o Distritão e a sorrateira tentativa da permissão de doação com sigilo, já recusada por ser um escândalo. Escondem a verdade de que todas as linhas das reformas são bem pensadas armadilhas para manter a população sob controle. Mentem deslavadamente ao povo brasileiro. Este ainda acredita e tem fé que o juiz Sérgio Moro irá dar um mínimo de decência ao Brasil, mesmo solapado por Gilmar Mendes e várias trupes. O ministro encontrou caminho na busca de mídia para visibilizar sua provável candidatura ao governo de Mato Grosso.
A mentira que contam aos brasileiros está em todos os setores da vida no Brasil. Propagam o desenvolvimento com dados enganosos que tentam levar a população a acreditar que estamos bem. A inflação está em queda, não pela relação de mercado, mas pela falta de consumidor que abandonou forçosamente as compras. Queda nos juros para salvar o sistema financeiro que perdeu tomadores de empréstimos. Desde há muito tempo, idos de 2003, escrevia, apesar de sofrer até ameaças, de que o Brasil não poderia ser sustentado a base de crédito. Nossa população era e é desprovida de bases consistentes para nos evoluirmos e chegarmos ao patamar de povo desenvolvido, mas as mentiras vigoraram com os petistas e fizeram escola.
A mentira de que a economia está reagindo é a pior das farsas, pior do que a da educação. Temos, segundo o empresômetro, cerca de 20 milhões de empresas, mas 76,8% são Micro Empreendedores Individuais, 16,4% são Micro Empresas e 6,9% as demais categorias. O pequeno empresário, o maior empregador do País, tem medo de investir e empregar mais, pois não existe uma política econômica séria e estável. Estabilidade só para o setor público de Brasília e dos altos escalões com seus megassalários e penduricalhos todo final de mês. O que esperar em termos de avanço econômico em um cenário desse? O governo cria ilusões para se viabilizar em 2018. Hoje vemos como Roberto Campos foi maltratado pelo povo brasileiro, mambembes economistas e os intelectuais de botequim, que resolvem os problemas da Amazônia em mesa de chopp do Garota de Ipanema ou no Baixo Gávea.
É fácil perceber que todo o dinheiro da Nação está sob controle de poucos empresários e de restrito grupo político que mantém a política brasileira sob rédeas. São 81 Senadores e 513 Deputados Federais e apenas um pequeno grupo deles comanda, por décadas, toda a articulação política brasileira. Pense nisso eleitor e verá que a tal renovação dos políticos tão desejada e manifestada em pesquisas dificilmente acontecerá, pois no Congresso todo mecanismo para a permanência dos usurpadores do Poder está em plena montagem com a chamada Reforma Política. O Brasil precisa se divorciar da mentira e amasiar com a verdade.
Rapphael Curvo é jornalista, advogado pela PUC-RIO e pós-graduado pela Cândido Mendes. E-mail: raphaelcurvo@hotmail.com