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Quarta - 06 de Setembro de 2017 às 18:07

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Renato de Paiva Pereira empresário e escritor
Renato de Paiva Pereira empresário e escritor

A análise de dados estatísticos sobre religiosidade, índice de desenvolvimento humano e violência sugere dúvidas sobre os efeitos benéficos das religiões ou crenças para a humanidade.

As nações mais religiosas do mundo são as menos desenvolvidas, mais violentas e também mais pobres. Do lado oposto, as descrentes são pacíficas, desenvolvidas e ricas.

No primeiro grupo estão, entre outras, Gana, Nigéria, Iraque, África do Sul e Quênia. No outro time, Irlanda, Austrália, Holanda, Dinamarca, Alemanha, França e Japão.

Divulgações na mídia local na semana passada sobre uma pesquisa do ProSer, sugerem que é mais interessante para o Brasil pertencer ao primeiro grupo.

A consulta afirma que 44% dos brasileiros têm duas ou mais religiões o que mostra o total desinteresse em conhecer os fundamentos de sua fé. Nessa busca desesperada, ainda conforme o estudo, 49% abandonaram a religião em que nasceram em busca de outra mais promissora.

Diz ainda o estudo que metade dos brasileiros ouvidos relatou acreditar na reencarnação da alma, embora a maioria (86%) se declarem cristãos (evangélicos ou católicos). Se as doutrinas católica e evangélica que eles aceitam repudiam a ideia de reencarnação eles deveriam escolher uma ou outra, nunca conviver com as duas.

Se não fossem suficientes os disparates acima, a pesquisa garante que 53% creem em extra terrestres, 42% defendem a astrologia e 70% afirmam já ter tido intuição alguma vez na vida. O pior é que o texto da mídia local apoia essas crendices e a miscelânea religiosa.

As religiões vendem um produto e entregam outro. Todas teoricamente ensinam a ética e a paz, mas por alguma razão que não sei explicar, nos lugares onde elas prosperam não encontramos essas virtudes, pelo menos do tanto esperado.

O texto publicado afirma que com o aumento da espiritualidade entre os brasileiros as pessoas não precisam mais esconder suas opções religiosas. Mas a verdade é bem outra, há séculos não é mais necessário esconder a fé. O que os adeptos das religiões não toleram é a descrença. Para estes é normal crer ao mesmo tempo em Jesus Cristo e nos Orixás; em Jeová, Brahma ou Shiva, mas é inaceitável não crer em nenhum deles.

Por fim o artigo afirma que a busca da espiritualidade tem o dom de trazer de volta as pessoas à moralidade, reforçando o argumento que essa qualidade não está disponível aos que não creem em algo transcendente.

Aproveitando o momento conturbado do estado, sugiro uma pesquisa com os delatados da "Casa dos Horrores", "Casa Monstruosa" e "Casa Abominável" para comprovar que a espiritualidade é um fator comum entre eles.

Parece que crença e moral, a julgar pelos nossos religiosos políticos, não costumam andar juntas.

Renato de Paiva Pereira empresário e escritor

Contato: renato@hotelgranodara.com.br



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