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Domingo - 24 de Setembro de 2017 às 23:30

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* VICENTE VUOLO é economista, cientista político e jornalista
* VICENTE VUOLO é economista, cientista político e jornalista

De todos os legados transmitidos aos jovens, talvez, o exemplo de vida seja o maior de todos eles. Nenhuma herança parece ser mais proveitosa do que aquela recebida diretamente dos pais quando realizada dentro de princípios éticos.

Por isso, o exemplo do jogador Jô do Corinthians que marcou um gol irregular, com a mão, contra o Vasco da Gama no último domingo em São Paulo despertou a atenção daqueles que clamam por justiça e conduta exemplar. Logo após a partida, Jô disse que “não sabe onde bateu a bola”. Ou seja, ganhar é o que importa, seja de qualquer forma, nem que seja roubado.

É lamentável que um ídolo do futebol brasileiro – que já vestiu a camisa da seleção brasileira - tenha comportamento doloso. E assim, tantos outros formadores de opinião. Fica cada vez mais difícil para toda uma geração de jovens brasileiros entender como as principais lideranças políticas do país estão mentindo e agindo como criminosos.

Mentir ontem, mentir hoje, mentir de corpo e alma tão bravamente, se constrói um país de mentiras diariamente. Os efeitos são nefastos e prolongados na cabeça das novas gerações. As malas de dinheiro que os bolsos e mochilas não suportam parecem não ter limites. São atos vergonhosos que não podem influenciar os jovens. Por isso, a punição tem que ser exemplar.

Para se ter uma ideia da gravidade do volume dessas afirmações irreflexivas em nosso país, a quase totalidade dos políticos e empresários detidos por corrupção e lavagem de dinheiro – mesmo com a confirmação das câmeras de vídeo – afirmaram que não cometeram ilícito. E mais, insistem em continuar governando e/ou querem continuar representando a comunidade, como se nada de mais tivesse acontecido.

É imperativo implantar o Instituto da Ética em todos os segmentos da sociedade. No esporte, na escola, no trabalho, na política. Uma luta permanente contra a corrupção no setor público e privado.

A Dinamarca traz alguns bons exemplos que podem servir de inspiração para combater a corrupção em países como o Brasil. São oito lições de combate à corrupção que aquele país nórdico pode dar ao Brasil: menos regalias para políticos; pouco espaço para indicar cargos; transparência ampla; polícia confiável e preparada; baixa impunidade; confiança social; ouvidoria forte; e tolerância zero no combate à corrupção na administração real.

Lições como essas temos em vários outros países, não só provenientes da Escandinávia. Corrupção e desvios há em todos os lugares quando os instrumentos de controle e de punição não estão presentes. Escândalos já os vimos no Japão, de moralidade rígida milenar, China, na Coreia do Sul e em outros países símbolos da honestidade. Mas, nessas sociedades, a punição é exemplar e, em alguns casos, cruel.

Dizem que o Brasil não tem jeito. Não acredito nisso. Temos jeito sim. Temos uma sociedade que já demonstrou grande valor moral. É hora de acreditarmos nisso e mudarmos de rumo. Antes que seja tarde.

O americano de Chicago, especialista em Marketing, Joseph Sugarman escreveu: “Cada vez que você é honesto e conduz a si próprio com honestidade, uma força de prosperidade impulsionará você em direção a um grande sucesso. Cada vez que você mente, mesmo uma pequena mentira inofensiva, existem fortes forças empurrando você em direção do fracasso”.

* VICENTE VUOLO é economista, cientista político e jornalista-colaborador

vicente.vuolo10@gmail.com



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