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POLÍCIA
Sábado - 29 de Novembro de 2014 às 07:08
Por: Gazeta Digital

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Gazeta Digital
O Ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB), os deputados estaduais José Riva (PSD) e Dilmar Dal Bosco (DEM) e os prefeitos de Itanhangá, João Antônio Vieira, e de Ipiranga do Norte, Pedro Ferronato, podem ter participação na organização criminosa desmantelada pela Polícia Federal, com a deflagração da Operação Terra Prometida. Todos eles foram citados, em depoimentos e denúncias anônimas, nas investigações conduzidas pela PF.

A análise dos indícios contra os 5 políticos, por conta da prerrogativa de foro, foi remetidas pelo juiz Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza, que decretou a prisão de 52 pessoas nesta quinta-feira (27), para o Supremo Tribunal Federal (STF). “Da análise detalhada do inquérito policial que embasa as representações, vislumbra-se a existência de a existência de elementos que apontam o possível envolvimento de autoridades [...] no esquema criminoso”, relata o magistrado em despacho.

Informações colhidas pelos agentes da PF, em depoimentos, mostram que Geller seria dono de 2 lotes do Projeto de Assentamento (PA) Itanhangá/Tapurah, tendo vendido as terras para um fazendeiro para financiar sua campanha a deputado federal. Esta informação faz parte de uma denúncia anônima, que afirma que além de Neri familiares e empregados possuiriam lotes no PA.

Conforme o despacho de Fiorenza, há ainda indícios de que os deputados José Riva e Dilmar Dal Bosco podem ter, em tese, atuado para favorecer grandes produtores rurais da região. A ligação dos parlamentares é feita por depoimentos de testemunhas do processo, bem como relatos anônimos, obtidos pela PF. Eles seriam proprietários de lotes, registrados em nomes de ‘laranjas’ e atuavam para regularizar a situação dos assentamentos.

“Outra tentativa de regularizar essa situação ilegal, que já vem sendo feita por estes criminosos é a realização de georrefernciamento dessas áreas com títulos fraudulentos”, afirma uma das denúncias anônimas, juntada ao inquérito pela PF e utilizada pelo juiz para embasar o envio do inquérito ao Supremo.

Já os prefeitos são suspeitos de atuações distintas dentro da organização. Enquanto que Vieira teria vendido, por uma licitação supostamente fraudulenta, uma área que não era da prefeitura, Ferronato seria possuidor de 10 lotes.

Outro lado - O deputado Dilmar Dal Bosco justificou sua atuação pelo fato de ser coordenador da Frente Parlamentar de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa e receber demandas de várias localidades, de assentados que procuram os deputados para relatar a dificuldade em conseguir os títulos das terras.

Ele destaca que já participou de audiências públicas em Itanhangá em 2011 juntamente com vários parlamentares e autoridades para ouvir os assentados e depois marcou reuniões com o Incra em Mato Grosso e também em Brasília. Afirma que sempre agiu dentro da legalidade desempenhando suas funções parlamentares.

Destaca que existem vários procedimentos para regularizar terras e não é ele o responsável e sim o Incra. Dilmar também negou ser dono de terras na região. “Eu não tenho sequer um palmo de terra lá, nem um pé de soja. Nem no meu nome e nem no nome de ninguém”.

Riva também negou possuir lotes nas cidades de Itanhangá e Tapurah. Ele destacou que tem amigos na região e que atuou em defesa dos assentados, após ter sido procurado, tudo feito dentro da legalidade e parte da sua atuação como parlamentar.

A assessoria do ministro Neri Geller também foi procurada, mas o celular estava desligado.





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