Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
JUSTIÇA
Quinta - 10 de Julho de 2014 às 20:36
Por: Do G1 MT

    Imprimir


Foto: Nelson Jr./STF
Procurador-geral Rodrigo Janot revelou ameaças a procuradora de Mato Grosso.
Procurador-geral Rodrigo Janot revelou ameaças a procuradora de Mato Grosso.
A procuradora da República Vanessa Scarmagnani, do Ministério Público Federal(MPF) em Mato Grosso, tem recebido proteção devido a ameaças sofridas após a última fase da operação Ararath, que investiga, entre outros, participação de políticos do estado em um esquema de fraudes e transações financeiras ilegais. No dia 20 de maio, a operação foi responsável pela prisão de figuras como o deputado estadual José Riva (PSD), já liberado, e do ex-secretário de estado Éder Moraes (PMDB), que continua preso. São apuradas ligações com o esquema de figuras dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em Mato Grosso.

A própria procuradora se nega a comentar as ameaças por uma questão de segurança. Quem revelou o uso de proteção institucional para ela nesta quinta-feira (10) foi o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele está emCuiabá para atuar na força-tarefa criada para auxiliar as investigações do esquema ilegal descrito pelo empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça”, delator premiado do caso.


Em coletiva de imprensa, Janot também defendeu a procuradora das críticas sofridas por parte dos investigados, que tentaram desqualificar o trabalho do MPF em declarações. Por questão de segurança, Janot preferiu não descrever quando, onde e como as ameaças foram feitas, limitando-se a dizer que tratam-se de ameaças à integridade física da procuradora.


“Quero deixar claro que não há nenhum reparo a ser feito na atuação da doutora Vanessa até hoje. Nenhum reparo. É normal que réus e investigados e alvos tentem denegrir a imagem daqueles que o acusam. Isso é técnica de defesa. Agora, eu, enquanto procurador-geral, enquanto chefe do Ministério Público Federal e chefe do Ministério Público da União, não tenho uma grama a dizer de trabalho negativo. É uma profissional de alto nível. E ela está, sim, sob proteção, porque está ameaçada. Ela está sob proteção, segurança institucional do Ministério Público Federal, em razão de ameaças”, declarou o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR).


Força-tarefa

O procurador-geral deve se reunir nesta sexta-feira com representantes da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual (MPE) para tratar das estratégias que deverão ser adotadas a partir de agora nas investigações referentes à Ararath.


As estratégias são parte da força-tarefa determinada no início de junho pelo Conselho Superior do Ministério Público para auxiliar na apuração dos crimes alvos da operação Ararath, analisando o vasto material – em sua maioria, documentos – obtido por meio dos mandados judiciais de busca e apreensão.


Encabeçada por Janot, a força-tarefa designou também três procuradores de outros estados para atuar no caso em parceria aos procuradores da República de Mato Grosso.


Depois de expirado o prazo inicial de 30 dias para os trabalhos, Janot informou nesta quinta-feira que a força-tarefa já teve seu prazo prorrogado em 60 dias. Se necessário, dado o volume de material a ser analisado, a força-tarefa pode ser prorrogada ainda mais uma vez.


O procurador-geral não fez qualquer revelação sobre o conteúdo verificado no material apreendido para não prejudicar as investigações. A própria PGR, segundo ele, pediu decreto de sigilo judicial sobre os trabalhos.

 





URL Fonte: https://toquedealerta.com.br/noticia/11462/visualizar/