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POLÍCIA
Sábado - 19 de Outubro de 2013 às 05:20
Por: Do G1, em Brasília

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Esquema foi revelado na sexta-feira pela operação Esculápio, da Polícia Federal.
Esquema foi revelado na sexta-feira pela operação Esculápio, da Polícia Federal.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na sexta-feira (18) que alguns suspeitos de integrar esquema de fraude de diplomas e documentos falsos de medicina obtiveram permissão na Justiça para tentar participar do programa Mais Médicos.

As ordens judiciais, contudo, foram derrubadas pela Advocacia-Geral da União (AGU) e, de acordo com Cardozo, essas pessoas não conseguiram entrar no programa.

O esquema foi revelado nesta sexta-feira pela operação Esculápio, da Polícia Federal. As investigações começaram após a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) identificar 41 pessoas que queriam revalidar diplomas estrangeiros de medicina ou concluir os estudos com documentos falsos de instituições da Bolívia.

No entanto, essas pessoas não teriam concluído o curso de medicina ou nunca foram alunos daquelas instituições, segundo informou a PF.

Segundo Cardozo, alguns queriam ingressar no Mais Médicos, programa em que o governo contrata profissionais formados fora do país sem necessidade de revalidação, para atuar no interior com salário de R$ 10 mil.

Mais cedo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a operação da PF "não tem nada a ver com o Mais Médicos" e que o objetivo dos suspeitos era fazer o Revalida, exame do Ministério da Educação que habilita médicos estrangeiros a atuar no país fora do programa.

Ele explicou que mesmo os médicos formados regularmente na Bolívia são impedidos de participar pelo fato de o país vizinho ter relação de médico por habitantes abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O ministro da Justiça, no entanto, detalhou que alguns tentaram entrar no Mais Médicos por meio de ordem judicial.

"Algumas delas tinham o desejo de, com ordem judicial, adentrar ao programa Mais Médicos. Por que com ordem judicial? Porque o programa Mais Médicos tem restrições e as pessoas não poderiam participar do programa, então queriam, através da obtenção desses diplomas, se valer de decisões judiciais para ingressarem", disse Cardozo.

O ministro da Justiça acrescentou que as decisões favoráveis da Justiça foram derrubadas pela AGU e reforçou que a investigação não traz nenhum prejuízo para o programa de governo.

"Pelo contrário, até ajuda o programa Mais Médicos", declarou. "Nós estamos evitando que concursos públicos não sejam burlados, que procedimentos e programas estatais sejam burlados por criminosos".

Na entrevista pela manhã, Padilha disse que existe parceria do Ministério da Saúde com a PF para checagem de antecedentes criminais de estrangeiros que queiram participar do Mais Médicos.





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