Oséas e Maurélio "trocam farpas" devido Empresa Cuiabana de Saúde
A criação da Empresa Cuiabana de Saúde (ECS), iniciativa do Executivo Municipal e aprovada pelos vereadores na última quinta-feira (10), mas que já contestada pelo Conselho Municipal de Saúde e outros integrantes da classe médica, também continua rendendo críticas entre os próprios parlamentares. Agora, foi a vez do vereador Oséas Machado (PSC) defender a inciativa, e para isso “atacou” os médicos da rede pública que atuam na Capital e cutucou os 2 parlamentares que também são médicos.
Oséas usou a tribuna na ordinária desta quinta-feira (17) para "provocar" os colegas de parlamento, Maurélio Ribeiro e Ricardo Saad, ambos médicos e e eleitos pelo PSDB. Disse que espera que os 2 médicos que estão vereadores não estejam criticando a criação da empresa “somente pelo fato de que médicos e profissionais da rede pública não gostam de cumprir horário”.
A “provocação” dele foi em virtude de que a forma de contratação dos profissionais prevista na nova gestão deverá ser por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e “assim quem não produzir poderá ser demitido”.
Maurélio não votou no projeto porque foi enviado em cima da hora para ser votado em caráter de urgência sem tempo de ser estudado e debatido em plenário. Também não foi discutido com a sociedade e muito menos com a classe médica. Ao ouvir a “provocação” de Oséas ele rebateu o colega de parlamento e foi categórico ao afirmar que na rede pública os profissionais trabalham proporcionalmente ao valor dos "baixos salário que recebem".
Disse que os salários pagos aos médicos e enfermeiros em Cuiabá são muito baixos o que desestimula a classe e não consegue atrair bons profissionais com carreira já consolidada no mercado. “É preciso esclarecer que servidores públicos da área da saúde trabalham de acordo com o que ganham. É inadmissível um médico como eu com 24 anos de profissão ganhar R$ 3,2 mil. Um enfermeiro que estudou 5 anos e se qualificou, ganhar R$ 800”, rebateu o tucano.
Maurélio foi além e ressaltou que antes de Oséas questionar porque então os insatisfeitos não pedem demissão e desocupam as vagas, ele iria responder. “Todos estão indo embora. É por isso que a urgência e emergência em Cuiabá hoje é formada por médicos recém-formados”, alertou ele apontando que a culpa para sistema falido na gestão da coisa pública, onde profissionais estão sempre em falta nas unidades de saúde, apesar de às vezes constar os nomes dos profissionais na lista de plantão, mas eles não aparecerem para atender os pacientes, é culpa de “todos nós, principalmente da classe política”.
Por esse motivo é que ele disse ser necessário debater antes projetos importantes como esse e não votar em regime de urgência sem debater o assunto com a classe e com a sociedade para não correr o risco de ser induzido ao erro.
Depois, o vereador Adilson Levante (PSB) que é irmão de Oséas Machado e da base do prefeito Mauro Mendes, também entrou no assunto e defendeu o Executivo. Disse que hoje existem 120 médicos contratados na rede municipal de saúde para atender em todas as unidades de Cuiabá. Sustentou que a Empresa Cuiabana de Saúde vai melhorar os atendimentos. “Precisamos lutar por melhorias para Cuiabá e deixar de ser pessimistas”, finalizou Levante.