Conselho vai acompanhar obras na Transpantaneira em Poconé
A Assembleia Legislativa realizou audiência pública que debateu junto à população de Poconé o resgate do Projeto Original da Rodovia MT-60 (Transpantaneira), entre os municípios de Poconé a Corumbá. A importância do assunto, de autoria dos deputados Ademir Brunetto (PT), Romoaldo Junior (PMDB) e José Riva (PSD) chamou a atenção da população que lotou as dependências da Câmara Municipal do Município.
Vale destacar que a rodovia liga Poconé até a localidade de Porto Jofre, na beira do rio Cuiabá, na divisa dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, perfazendo cerca de 150 quilômetros de extensão com 121 pontes. Ao final dos debates, foi decidido entre parlamentares a criação de um Conselho Gestor para elaborar projetos e acompanhar os trabalhos de infraestrutura da Transpantaneira.
Para o deputado Ademir Brunetto (PT), a escolha da região foi o melhor cenário para debater o assunto. “Baseado nesse projeto, a Assembleia realiza a audiência pública para discutir a viabilidade técnica, sócioeconômica e turística, com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para pensar no futuro”, disse o parlamentar.
De acordo com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Junior, essa rodovia é importante para o plano socioeconômico e turístico de Mato Grosso. “Essa discussão com a sociedade e as lideranças municipais vai proporcionar benefícios, pois além do turismo, trata-se de uma importante rota da produção agropecuária”, lembrou ele.
Na construção da estrada em meados dos anos 70, foram verificados muitos problemas, estruturais, tais como, muitas áreas alagadas e rios a atravessar (existem 120 pontes, sendo 118 de madeira). A rodovia é toda de terra, em certas épocas do ano fica intransitável por ficar alagada.
“A Transpantaneira foi pensada na integração de todo o pantanal, quando Mato Grosso era único. Posteriormente, o turismo acabou sendo também uma vertente como uma fonte de renda da população mato-grossense”, destacou a deputada Tetê Bezerra (PMDB).
O superintendente de Obras e Transporte do Estado, engenheiro Tércio Lacerda de Almeida, representando o secretário de Estado, Transporte e Pavimentação Urbana, Sinésio Nunes de Oliveira, fez uma explanação das obras que o Governo Estadual pretende realizar na região.
“Temos de imediato a restauração da MT-060, que está em processo de licitação com recursos no BNDS, que serão aplicados através da Secretaria de Estado de Turismo. Vai contemplar serviços de infra-estrutura para a rodovia e, também para melhorias das principais ruas do município de Poconé”, falou Tércio, explicando ainda que para o trecho pavimentado da MT-060 que inicia na BR-070 até Poconé, a verba é na ordem de R$ 19 milhões.
Para as pontes de concreto do rio Pixaim, os recursos serão oriundos do BNDS, sendo, que, do Pixaim até Porto Jofre há ainda treze pontes de concretos a serem construídas.
O presidente da Câmara Municipal de Poconé, Gonçalo de Campos Curado (PR), afirmou que a iniciativa é o momento de cobrar os políticos para o término das obras. “Para nós, é importante verificar o Pantanal mais divulgado e com infra-estrutura adequada”, relatou ele.
Consta no plano original e que foi debatido durante a audiência pública, que a rodovia deveria sair do município de Poconé (MT), e chegar a cidade de Corumbá (MS) fronteira com a Bolívia.
“Devemos trabalhar para o desenvolvimento turístico dessa região valorizando a população. Melhorar a receptividade com os turistas, através de parcerias com os patrocinadores da Copa do Mundo de 2014”, disse o secretário de Estado de Turismo, Jairo Pradela.
Outros pontos negativos identificados na Transpantaneira são que ela não possui postos de abastecimento, a estrada passa por muitas fazendas e pousadas rurais e por cruzar o Pantanal, muitas espécies de animais cruzam a pista com freqüência.
Apesar das pontes, no período das chuvas, certos trechos da rodovia ficam interditados, ou precariamente abertos somente a veículos apropriados.
No projeto original verifica-se que deveria ser construída uma ponte para atravessar o rio Cuiabá. Neste local o projeto foi paralisado, conhecido como Porto Jofre.