Paulo Roberto Pinto é investigado em operação da PF sobre desvios. Segundo ministro Manoel Dias, número dois da pasta se diz inocente.
Secretário-executivo do Trabalho pede demissão, diz ministro
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto Pinto, número dois da pasta, pediu demissão na manhã desta terça-feira (10), informou o ministro Manoel Dias.
Ministro interino entre dezembro de 2011 e abril de 2012, Paulo Roberto Pinto é um dos investigados pela Polícia Federal na Operação Esopo, que apura desvio de recursos públicos e nesta segunda-feira (9) levou à prisão 22 pessoas, 15 das quais em Minas Gerais.
Segundo o ministro Manoel Dias, o secretário se diz inocente e afirmou que tomou a decisão de deixar o cargo em uma conversa com o próprio Dias, a fim de não provocar "constrangimentos".
O ministro disse que pretende substituir o auxiliar – filiado ao PDT, partido que tem o controle do ministério – por um técnico. "Tento escolher um técnico para ocupar a secretaria-executiva do ministério. Ainda estou consultando os órgãos de controle para escolher um nome", declarou.
Nesta segunda-feira, Paulo Roberto Pinto foi levado pela Polícia Federal para prestar depoimento e liberado em seguida.
Segundo a PF, o suposto esquema de desvio de verbas públicas funcionava com a participação do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) e envolvia empresas, pessoas físicas, agentes públicos, prefeituras, governos estaduais e ministérios do governo federal. De acordo com a PF, o instituto era uma entidade de fachada contratada para realizar projetos superfaturados e que não eram executados.
Para o delegado Marcelo Freitas, da Polícia Federal de Minas Gerais, o secretário-executivo atuava para facilitar as atividades do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania no ministério.
O ministro Manoel Dias afirmou que, após a Operação Esopo, vai pedir a contratação temporária de funcionários para reforçar a equipe que está fazendo um mutirão para verificar a legalidade dos convênios de organizações não-governamentais (ONGs) e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) com a Secretaria de Relações do Trabalho, órgão do ministério.
Servidores presos
Na noite desta segunda-feira (9), Anderson Britto, assessor do ministro do Trabalho, Manoel Dias, se entregou à Polícia Federal, na sede do órgão, em Brasília, e foi preso. Ele era considerado foragido e ficará detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Britto também é investigado pela operação Esopo. Antes dele, outros dois servidores já tinham sido presos - Geraldo Riesenbeck, coordenador de contratos e convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, e Antonio Fernando Decnop, ex-diretor da Controladoria Geral da União (CGU), que trabalhava na Fundação Nacional do Índio (Funai).