O governador justificou dificuldade da polícia em combater a violência. Ele agradeceu e rejeitou ajuda de Dilma Rousseff para eventos da JMJ.
Cabral atribui atos de vandalismo no Rio a organizações internacionais
"Essas manifestações têm um caráter diverso, de enfrentamento com a polícia. Antes não tínhamos as redes sociais no passado. Sabemos que através delas, há organizações internacionais que estimulam o vandalismo", disse Cabral, destacando que a criação da comissão tem o objetivo de unificar e agilizar as investigações contra os vândalos e baderneiro, facilitando o trabalho da polícia e da justiça.
O governador contou ainda que, preocupada, a presidente Dilma Rousseff telefonou na noite de quinta-feira (18) para oferecer ajuda para o policiamento dos eventos da Jornada Mundial da Juventude, na cidade. Ele agradeceu a oferta, rejeitou a ajuda e confirmou a realização de um evento para o Papa Francisco no Palácio Guanabara.
"A visita do papa ao Palácio Guanabara está confirmada. Assim como a presença da presidente Dilma, do vice-presidente Michel Temer e de pelo menos oito governadores. O papa vai ser recepcionado com todo amor, respeito e dignidade no Rio, mesmo por seguidores de outras religões, ateus e agnósticos. Ele vai ser recebido de braços abertos, como o Cristo Redentor. O clima será de fraternidade, amor e carinho", disse o governador.
Mesmo depois dos acampamentos de manifestantes e de protestos na porta de sua residência e que na quarta-feira (17) culminaram com atos de vandalismo no Leblon e em Ipanema, na Zonal Sul, Cabral garantiu que vai continuar morando no Leblon.
"Já morava lá com minha família antes de me eleger e vou continuar lá. O Palácio Laranjeiras (que poderia ser usado como residência oficial do governador) está sendo restaurado e deve ser entregue pronto no ano que vem", enfatizou Cabral.
Comissão de polícias
Na noite de quinta-feira (18), após reunião com representantes do governo e da segurança pública do estado do Rio, o procurador-geral Marfan Vieira anunciou a criação de uma comissão especial formada pelas polícias Civil e Militar, Ministério Público (MP) e o próprio governo. A comissão vai investigar os responsáveis pelos atos de vandalismo durante os protestos, além da atuação da polícia. O objetivo é não deixar impunes os crimes cometidos nas manifestações.
"Já está estruturada. Amanhã [sexta] serão desenhados os detalhes operacionais desta comissão. Ela vai trabalhar os inquéritos que já existem e vai levar a investigação às origens dessas pessoas, de onde vêm, pelo que são movidas, pelo que são financiadas, quem está por trás disso. Ou continuaremos a prender em flagrante e depois nada acontecendo no poder judiciário", disse.