Presidente discursou na posse de três novos ministros de seu governo. Mudanças foram feitas no ministério para atender pleitos de PMDB e PDT.
Mudanças são necessárias para garantir governabilidade, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado (16), durante cerimônia de posse de três novos ministros de seu governo, que mudanças são necessárias para garantir a governabilidade. A troca no ministério foi feita para atender pedidos de PMDB e PDT.
"Não acredito que seja possível esse país ser dirigido sem essa visão de compartilhamento e de coalizão. Eu aprendi que numa coalizão você tem que valorizar as pessoas que contigo estão. Parceiros da luta", disse Dilma, ao agradecer os ministros que deixaram o governo.
A presidente deu posse ao deputado Antonio Andrade (PMDB-MG), que assumiu o Ministério da Agricultura no lugar de Mendes Ribeiro (PMDB-RS). O secretário-geral do PDT, Manoel Dias, substituiu o também pedetista Brizola Neto (RJ) no Ministério do Trabalho. Na Secretaria de Aviação Civil, o atual ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB-RJ), assumiu em substituição a Wagner Bittencourt.
A cerimônia durou menos de meia hora e não teve discursos dos novos nem dos antigos ministros - eles somente assinaram o termo de posse. O evento se deu sem as formalidades tradicionais de cerimônias de posse porque Dilma viaja para o Vaticano nesta tarde, onde participará da missa inaugural do pontificado do Papa Francisco.
Dilma afirmou, no discurso, que "a capacidade de formar coalizões é crucial para o país". "Muitas vezes as pessoas acreditam que a coalizão do ponto de vista da política é algo incorreto. Estamos assistindo em alguns lugares do mundo processos de deteriorização da governabilidade justamente pela incapacidade de se fazer coalizão", disse, citando Estados Unidos e Itália.
Segundo Dilma, no comando do país, é preciso fazer opções. "Governar é necessariamente é escolher entre várias alternativas e por isso eu aprendi muito sobre o valor da lealdade entre aqueles que desenvolvem com a gente a tarefa de governar, o valor simultâneo da paciência e da urgência para cumpir prazos e metas e da sensatez nas escolhas do caminhos."
Negociação de mudanças
No caso dos ministros do PMDB, as mudanças foram negociadas com Dilma pelo vice-presidente Michel Temer, principal liderança do partido. No do PDT, a troca é resultado de um conflito interno do partido - integrantes da cúpula da legenda eram contrários à presença de Brizola Neto no Ministério do Trabalho. Manoel Dias é o secretário-geral do partido, cujo presidente é o ex-ministro Carlos Lupi.
Dias é o terceiro ministro do Trabalho do governo Dilma, todos do PDT. O primeiro foi Lupi, que estava no cargo desde 2007, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em dezembro de 2011, pediu exoneração do cargo após denúncias de irregularidades na pasta. Em abril de 2012, Brizola Neto (PDT) assumiu o ministério.
Com as mudanças (considerando a saída do atual ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos), chegam a 20 as trocas no ministério de Dilma desde que ela assumiu a Presidência. Em 2011, primeiro ano de governo, houve nove substituições e, no ano passado, outras sete.
Na semana passada, o Congresso Nacional aprovou a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que estaria destinada ao PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Mas ele teve um encontro com Dilma na noite da última quarta e disse à presidente que o partido ainda não pretende ingressar formalmente no governo, segundo informou o blog de Cristiana Lôbo.