Para ilustrar suposta perseguição, o ex-presidente se comparou a Abraham Lincoln
Lula diz que a imprensa “tem bronca” do seu sucesso
Neste País, os tais formadores de opinião pública eram contra as campanhas das “Diretas Já” e eram contra o impeachment do Collor. A verdade é que essa gente nunca quis que eu ganhasse as eleições, nunca quis que a Dilma ganhasse as eleições. A bronca que eles tinham de mim era do meu sucesso, e agora do sucesso da Dilma. Eles não admitem uma mulher [na Presidência]. Se fosse uma deles, tudo bem.
Lula participou de um evento que abriu as comemorações aos 30 anos de fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Em discurso, ele incentivou os sindicalistas a fortalecerem seus próprios meios de comunicação para não mais “pedir favor para a imprensa".
Nos anos 1980, qualquer imbecil se achava formador de opinião pública. E um dirigente da CUT não foi considerado formador de opinião pública. Nós derrubamos esse conceito. Não temos que reclamar do espaço que eles não nos dão. Eu critico o fato de não fazermos o nosso espaço independente deles.
Para ilustrar a perseguição que diz sofrer da imprensa, Lula se comparou a Abraham Lincoln, ex-presidente dos Estados Unidos, que aboliu a escravidão naquele país no século XIX.
Eu estava lendo o livro do Linconl e fiquei impressionado como a imprensa batia nele em 1870 igualzinho bate em mim. E os coitados não tinham computador. Era telégrafo. Ficava numa sala esperando. Nós aqui podemos xingar o outro em tempo real.
O ex-presidente, que também presidiu a CUT, lembrou que o movimento sindical possui um espaço muito maior em seus próprios meios de comunicação do que aquele que a grande imprensa pode oferecer para divulgar a pauta dos trabalhadores.
Temos uma arma poderosa totalmente desorganizada. E não temos que ficar chorando por não ter espaço. Vamos pegar o espaço que temos e fazer com que seja utilizado. Quero parar de reclamar que não tem espaço, eles não gostam de mim mesmo. Eu não vou me doer por isso.
Marcha das centrais
O ex-presidente disse ainda que apoia a marcha à Brasília que as centrais sindicais realizarão no próximo dia 6 para levar sua pauta de reivindicações ao governo federal.
É um momento importante do movimento sindical. Todas as reivindicações são justas, precisa ver se o governo tem condições de atender. Não é importante apenas o resultado, mas o fato do governo, da forma mais democrática possível, sentar com o movimento e discutir. Se puder atender, atende. Senão, diz com a mesma sinceridade que não pode atender.