Depoimento de testemunha pode dar novo rumo ao processo de Arcanjo
Durante intervalo do primeiro depoimento na Vara Especializada Contra o Crime Organizado em Cuiabá o advogado de João Arcanjo, Zaid Arbid, disse que seu cliente veio para Cuiabá apenas para acompanhar os depoimentos das testemunhas de acusações dos 16 processos que tratam de supostas irregularidades na Assembleia Legislativa de MT. Arcanjo é réu nos 16 processos.
Ele afirma que Arcanjo não tinha como fiscalizar os emprestimos que fazia pela Confiança Factoring, pois recebia os documentos exigidos para os empréstimos e repassava o dinheiro. Zaid destacou também que a testemunha de acusação Edil Dias Correa que está depondo, entrou em contradição várias vezes durante seu depoimento. Edil é dono de uma empresa denunciada pelo Ministério Público durante a Operação Arco de Noé.
O advogado terminou dizendo que não existe provas contra a Factoring de Arcanjo e acredita que depoimentos podem mudar rumo do processo. O advogado dos servidores da Assembleia Legislativa, Paulo Taques, também confirmou que o empresário Edil Dias Correa entrou em contradição e que agora terá que falar a verdade sobre a criação de empresas para prestar serviços. O juiz José Arimatéia Neves Costa já voltou a ouvir a primeira testemunha de um dos processos.
Durante a Operação Arca de Noé, deflagrada em dezembro de 2002 para combater o crime organizado em Mato Grosso, foi constatado que os documentos de identidade dos sócios dessas empresas eram falsos, assim como as empresas não estavam legalizadas junto à Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e outros órgãos públicos.
Conforme a denúncia do MPE, 21 desses 43 cheques foram trocados na boca do caixa e alguns desses sacadores seriam assessores dos parlamentares. Parte desses cheques também teria sido trocada nas factorings de João Arcanjo Ribeiro, como garantia de dívidas de campanha.
Na denúncia aceita pelo STJ, relativa a um cheque de 2002 no valor de R$ 34 mil, foi comprovado que foi Bosaipo efetuou o empréstimo junto a Confiança Factoring, de Arcanjo. O relator apontou que o dinheiro para a campanha foi conseguido mediante empréstimo pessoal efetivado pelo ex-deputado na condição de dirigente da Assembleia. (Colaborou Alessandra Neves)