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POLÍTICA
Segunda - 25 de Junho de 2012 às 06:48
Por: Do G1, em Brasília

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A CPI mista criada para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, autoridades e empresários ouve nesta semana nove depoimentos de pessoas ligadas aos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF).

Mas parte desses depoimentos pode não ocorrer. Claudio Monteiro, ex-chefe de gabinete de Agnelo, obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para não ser obrigado a responder às perguntas dos parlamentares. Outros três depoentes também foram ao STF e reivindicaram o direito de ficarem calados na CPI.

A programação da CPI prevê ouvir nesta terça (26) três pessoas ligadas à venda da casa do governador Perillo, na qual Cachoeira foi preso durante a Operação Monte Carlo, no fim de fevereiro. A Polícia Federal suspeita que o imóvel tenha sido comprado indiretamente pelo contraventor, mas, em depoimento à CPI, o governador afirmou que não tinha conhecimento sobre o envolvimento de Cachoeira.

Estão previstos, a partir das 10h15, os depoimentos do ex-assessor de Perillo Lúcio Fiúza Gouthier, que, segundo depoimento de uma testemunha, teria recebido o valor pago pela casa; Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa foi registrada; e Alexandre Milhomen, arquiteto responsável pela reforma da residência. Fiúza e Ribeiro pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar em silêncio.

Na quarta (27), a CPI pretende ouvir três pessoas ligadas ao governador de Goiás: Jayme Eduardo Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Perillo e atual presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), citado em escutas da PF; Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo que pediu demissão após divulgação de escutas em que recebeu informações privilegiadas do grupo de Cachoeira; e o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que afirmou ter recebido valores referentes ao trabalho na campanha de Perillo em 2010 da Alberto & Pantoja. Segundo a PF, trata-se de uma empresa fantasma que recebia recursos repassados pela construtora Delta e que abastecia o grupo de Cachoeira.

Jayme Rincón e Eliane Gonçalves já haviam sido convocados antes pela CPI. Ele alegou problemas de saúde e ela, além de afirmar que teve um "colapso nervoso", obteve decisão do Supremo para ficar em silêncio.

Nesta quinta (28), os depoimentos agendados são os de pessoas ligadas a Agnelo Queiroz. Serão ouvidos Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do DF que teve o nome citado por pessoas do grupo de Cachoeira; Marcello de Oliveira Lopes, o Marcelão, que pediu exoneração do cargo de assessor da Casa Militar do DF após divulgação de sua ligação com pessoas do grupo do bicheiro; e João Carlos Feitoza, o Zunga, que deixou a Fundação de Amparo ao Preso após denúncia que recebeu dinheiro do grupo do bicheiro.

Em depoimento à CPI, Agnelo defendeu o ex-chefe de gabinete e negou ter conhecimento de envolvimento de servidores de seu governo com o esquema do bicheiro. Monteiro obteve decisão favorável do STF para ficar em silêncio.

De acordo com o advogado Sandro Roberto Monteiro, defensor do ex-chefe de gabinete, ainda não está definido se seu cliente falará ou se ficará em silêncio.

Ainda conforme o advogado, Monteiro já procurou a Procuradoria Geral da República e a Procuradoria da República no Distrito Federal para colocar à disposição dados bancários, telefônicos e fiscais, que são sigilosos, desde 1º de janeiro de 2011, quando foi nomeado por Agnelo, até 10 de abril de 2011, quando foi exonerado "a pedido".

Além disso, o defensor afirma que Cláudio Monteiro pediu ao Ministério Público do Distrito Federal para "instaurar procedimento de investigação em que ele figure como investigado".





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