Paulo Augusto Moreira Lima pediu para deixar caso por estar sob ameaça. Juiz autorizou escutas da Operação Monte Carlo e prisão de Cachoeira.
Associação pede que PF investigue ameaças a juiz do caso Cachoeira
Após o encontro na Polícia Federal, Toldo e o juíz seguiram para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde se reuniriam com corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon.
O G1 perguntou à Polícia Federal se a investigação será aberta, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
No pedido encaminhado à Corregedoria do TRF-1, feito no dia 13 de junho, o juiz Moreira Lima relata que havia solicitado, em fevereiro, carro blindado mesmo em horário fora do expediente e viagem de três meses para o exterior a partir de setembro. Moreria Lima diz que ele e familiares sofreram ameaças.
O juiz alegou que, depois de deflagrada a Operação Monte Carlo, familiares foram procurados "em sua própria residência, por policias que gostariam de conversar a respeito do processo atinente à Operação (...) em nítida ameaça velada, visto que sabem quem são meus familiares e onde moram", afirma o magistrado.
A Operação Monte Carlo, comandada pela Polícia Federal, investigou relações entre agentes públicos e quadrilha que atua na exploração do jogo ilegal em Goiás. Dois policiais militares, entre outros, foram presos.
Moreira Lima revela ainda no ofício que foi orientado pela Polícia Federal a "não frequentar bares, restaurantes" e obedecer a "outras várias restrições". O juiz diz também que delegados da PF alertaram que ele corre maiores riscos no segundo semestre, "quando poderá ocorrer alguma represália pela atuação no processo".
O magistrado escolhido para suceder o juiz Paulo Augusto Moreira Lima no processo sobre a Operação Monte Carlo, Leão Aparecido Alves, se declarou impedido de conduzir o processo. Ele alega ser amigo de José Olímpio Queiroga Neto, suspeito de ser aliado de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.