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POLÍTICA
Quarta - 30 de Maio de 2012 às 04:10
Por: Do G1, em Brasília

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O Globo / Gustavo Miranda
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou na tarde desta terça-feira (29) que "gângsters" e "bandidos" estão plantando informações contra ele com o objetivo de atingir o Supremo Tribunal Federal.

Segundo Mendes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era uma "central de divulgação" dessas informações. O G1 consultou a assessoria de Lula, que informou que o ex-presidente não comentará as declarações.

Reportagem da revista "Veja" publicada no último final de semana relatou encontro entre Mendes e o ex-presidente no qual Lula teria supostamente pressionado o ministro com o objetivo de adiar o julgamento do mensalão. Em troca, segundo a revista, teria oferecido a Mendes proteção na CPI do Cachoeira, em razão de uma viagem do ministro a Berlim, em companhia do senador Demóstenes Torres. Segundo a revista, "boatos" davam conta de que a viagem teria sido patrocinada pelo bicheiro. Mendes disse que viajou com recursos próprios. Demóstenes afirmou que não viajou junto com o ministro.

Na segunda (28), em Manaus, Mendes reafirmou o que diz a reportagem de "Veja" (leia: "Gilmar Mendes confirma que conversou com Lula sobre mensalão") e Lula se disse "indignado".

"Não viajei em jatinho coisa nenhuma. Até trouxe para vocês para vocês [documentos] para encerrar esse negócio. Vamos parar com fofoca. A gente está lidando com gângsters. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos. Bandidos. Bandidos que ficam plantando essas informações", declarou Mendes em conversa com jornalistas no Supremo Tribunal Federal.

Mendes apontou a existência de uma "armação" com o objetivo de atingir o STF, que deve julgar ainda neste ano o processo do mensalão, escândalo de suposta compra de apoio político de parlamentares durante o governo Lula.

"Claro que isso é uma armação, obviamente. Mas não é para me atingir. As minhas posições em direito penal vocês conhecem. Era para atingir o tribunal, criar um clima de corrupção geral, era esse o objetivo", declarou.

Indagado se Lula tinha relação com isso, ele afirmou que recebeu "notícias" de que o ex-presidente era uma "central de divulgação" dessas informações.

"Ele [Lula] recebeu esse tipo de informação. Gente que o subsidiou com esse tipo de informação e ele acreditou nela. Vamos encerrar com isso" declarou.

Perguntado se Lula estava repassando essas informações, Mendes afirmou: "As notícias que me chegaram era que sim. De que ele era a central de divulgação disso. O próprio presidente".

Mendes admitiu ter viajado duas vezes para Goiânia em aeronaves disponibilizadas por Demóstenes Torres. De acordo com o ministro, uma das viagens foi na companhia de Jobim e do ministro do STF Antônio Dias Toffoli. Na ocasião, em 2010, os três teriam participado de um jantar na capital de Goiás.

Na segunda viagem a convite de Demóstenes, detalhou o ministro, ele foi paraninfo de uma formatura. Mendes afirmou que Toffoli e a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fátima Nancy Andrighi o acompanharam no voo.

"Vamos dizer que o Demóstenes me oferecesse uma carona num avião, se ele tivesse. Teria algo de anormal? Eu fui duas vezes a Goiânia a convite do Demóstenes. Uma vez com Jobim e Toffoli. E outra vez com Toffoli e a ministra Fátima Nancy. Avião que ele colocou à disposição. Tudo combinado e muitos de vocês já ouviram. Tenho tudo anotado. Era avião da empresa Voar. Foi tudo combinado, público. Eu não estava escondendo nada. Por que esse tipo de notícia? Vamos dizer que eu tivesse pego um avião se ele tivesse me oferecido? Eu tinha algum envolvimento com o eventual malfeito dele? Que negócio é esse? Grupo de chantagistas, bandidos. Desrespeitosos", declarou o ministro.

Entrevista
Confira abaixo documento apresentado por Gilmar Mendes para comprovar que viajou para a Alemanha com recursos próprios e, em seguida, a transcrição da entrevista de Gilmar Mendes:

Um dos documentos apresentados pelo ministro Gilmar Mendes para comprovar que não viajou em avião com passagem paga pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira (Foto: Reprodução)Um dos documentos apresentados pelo ministro Gilmar Mendes para comprovar que não viajou em avião com passagem paga pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira (Foto: Reprodução)

Pergunta - Como fica essa história que o ministro Jobim disse, que não teve esse teor de conversa exatamente como o senhor falou? Um diz uma coisa, outro diz outra.
Se eu fosse Juruna eu gravava a conversa, né? Ficaria interessantíssimo.

Pergunta - O que o senhor acha da situação toda? Leu a Carta Maior? A informação de que o senhor teria viajado num jatinho?
Não viajei em jatinho coisa nenhuma. Até trouxe para vocês para vocês [documentos] para encerrar esse negócio. Vamos parar com fofoca. A gente está lidando com gangsters. Vamos deixar claro: estamos lidando com bandidos. Bandidos. Bandidos que ficam plantando essas informações. Vocês se lembram do Gilmar de Mello Mendes [em 2007, o nome "Gilmar de Melo Mendes" apareceu em uma suposta lista da Polícia Federal de suspeitos de receber "presentes" da empresa Gautama, suspeita de fraudes em licitações. Posteriormente, a PF disse que se tratava de um homônimo, ex-secretário no governo de Sergipe].

É o mesmo nível de informação. Estamos lidando com gângsters. Está aqui. A minha viagem para Berlim, a partir de Granada. Voces têm todos os documentos com hotéis. Tem o voo TAM voltando de....

Chega de lidar com bandidos. Gângsters. Pegam essas informações e ficam plantando. Que nível. E com pouca inteligência. Aparece o Demóstenes dizendo lá que estava comigo. Guarulhos, Brasília com os pontos. Vamos parar com confusão, vamos parar com molecagem.

Vamos encerrar isso. Negócio de viagem. Por que não se esclarece isso? Vamos dizer que o Demóstenes me oferecesse uma carona num avião, se ele tivesse. Teria algo de anormal? Eu fui duas vezes a Goiânia a convite do Demóstenes. Uma vez com Jobim e Toffoli. E outra vez com Toffoli e a ministra Fátima Nancy. Avião que ele colocou à disposição. Tudo combinado e muitos de vocês já ouviram. Tenho tudo anotado. Era avião da empresa Voar. Foi tudo combinado, público. Eu não estava escondendo nada. Por que esse tipo de notícia? Vamos dizer que eu tivesse pego um avião se ele tivesse me oferecido? Eu tinha algum envolvimento com o eventual malfeito dele? Que negócio é esse? Grupo de chantagistas, bandidos. Desrespeitosos.

Mas eles não querem me constranger não, queriam constranger o tribunal. É preciso encerrar de uma vez por todos com isso. Vamos encerrar com isso. Não quero ter relação com bandidagem e quem está fazendo isso é bandido.

É a mesma história de Gilmar de Mello Mendes. [Agora voltam com essas historinhas.] Hoje tem um roteiro no "Valor" dizendo das investigações: "Viagem a Berlim". Vocês sabem que desde 1979 frequento a Alemanha a todo tempo. Tenho uma filha que mora lá. Dou aula lá. Sou professor de Granada. Todo ano vou lá. Vocês vão ver, a minha passagem é tirada pelo Supremo. Quem pagou? Eu preciso que alguém pague a minha passagem, gente? O meu livro "Curso de Direito Constitucional" vendeu de 2007 até agora 80 mil exemplares. Dava para dar algumas voltas ao mundo. Não é viagem a Berlim. Vamos parar de conversa. Eu não preciso de ficar me apropriando de fundo sindical e nem de dinheiro de empresa.

Pergunta - Quando o senhor se refere a bandidos o senhor está se referindo às pessoas que fizeram as gravações?
Gente que está usando esse tipo de informação. É coisa de gangsterismo.

Pergunta - Onde o presidente Lula entra nessa história?
Ele recebeu esse tipo de informação. Gente que o subsidiou com esse tipo de informação e ele acreditou nela. Vamos encerrar com isso.

Pergunta - Ele estava passando essas informações adiante?
As notícias que me chegaram era que sim. De que ele era a central de divulgação disso.

Pergunta - Quem era a central?
O próprio presidente.

Estive com o embaixador Everton Vargas (em Berlim), que foi designado pelo Lula. Quem vai para Berlim clandestinamente vai a embaixada? Coisa de moleque e de baixa inteligência. É gente que não tem [meio] neurônio. Para esclarecer tudo isso bastava um telefonema para a embaixada. Não precisava se fazer essa rede de intriga que está se fazendo. Chega disso.

Pergunta - Quando o senhor diz que estão tentando coagir o Supremo, o que quis dizer?
O objetivo era melar o julgamento do mensalão. Dizer que o Judiciário está envolvido em uma rede de corrupção. Era isso. Tentaram fazer isso com o Gurgel e estão tentando fazer isso agora. Porque desde o começo eu assumi e não era para efeito de condenação. Todos vocês conhecem as minhas posições em matéria penal. Eu tenho combatido aqui o populismo judicial e o populismo penal.

Mas por que eu defendo o julgamento? Porque nós vamos ficar desmoralizados se não o fizermos. Vão sair dois experientes juízes, que participaram do julgamento anterior, virão dois novos, que virão contaminados por uma onda de susp.... Por isso, o tribunal tem que julgar neste semestre. Por isso que tem que julgar logo. E por isso essa pressão para que o tribunal não julgue. Vamos encerrar com isso.

Agora, eu que viajo o mundo, vou quatro vezes por ano à Comissão de Veneza, sou o representante do Brasil na comissão, preciso de alguém para pagar passagem para mim? Vamos parar de futrica. Não preciso ficar extorquindo van para obter dinheiro. O que é isso? Um pouco mais de respeito, p....

Pergunta - Réus do mensalão estariam envolvidos nessa tentativa de melar o julgamento?
Sei lá, mas alguém construiu essa lógica burra, irresponsável, imbecil. Mas construiu.

Pergunta - O senhor quando diz que o presidente Lula é a central de divulgação disso tudo...
Colegas de vocês que me disseram isso.

Pergunta - Quando o senhor falou que o presidente Lula tocou no assunto CPI, o senhor falou "vai fundo na investigação". Como ele reagiu?
Ele ficou decepcionado e disse assim: "E Berlim?" Aí eu expliquei a ele que em Berlim eu ia tanto quando ele ia a São Bernardo.

Pergunta - Por que o senhor avalia que ele ficou decepcionado?
Alguém passou essa informação infeliz para ele, errada. Esses roteiros meus de viagem são públicos. Vocês podem pedir no meu gabinete. Eu não vou escondido para lugar nenhum.

Pergunta - Na sua avaliação o presidente foi uma vítima desses gangsters ou estaria incluído nesse grupo de pessoas?
Acho que ele está sobreonerado com isso. Estão exigindo dele uma tarefa de Sísifo.

Pergunta - E essa tarefa seria adiar o julgamento?
Acho que ele está sobreonerado com isso. Estão exigindo dele uma tarefa de sisifo. Evidente que (a tarefa dele seria adiar o julgamento). Perturbar isso. Aonde nós chegamos? Quer dizer, essa rede de intriga a que vocês se prestam. A Folha ficou dando caixa de ressonância disso, uma intrigazinha.

O caso da Celg [distribuidora de energia de Goiás]... Veja o caso da Celg, vamos falar do caso da Celg. O que que é? Uma ação entre Centrais Elétricas de Goiás e a Eletrobrás, e a União do outro lado. Vem o estado de Goiás e entra ao lado da Celg, logo conflito federativo. O que que eles estavam pedindo: processo subir para o Supremo. Só isso. Não tinha decisão de indenização nem nada. Veja, uma matéria absolutamente neutra, é só julgar no Supremo pedindo isso. Um processo que estava sendo instruído lá. Podia ser julgado na instância primeira, podia ser julgado aqui, a decisão definitiva.

Tudo seria normal se não aparecesse isso numa conversa entre Demóstenes e Cachoeira. Se fosse com o governador de Goiás era uma conversa republicana. Então é isso.
Quantas pessoas foram citadas?

No aniversário da minha mulher. Aparece quatro conversas entre integrantes desse grupo, dizendo que o Demóstenes não podia ir a um jantar porque estava no aniversário da minha mulher. Foi intimado, vai participar e coisa do tipo. Não é isso? Esse era o quadro.

A [jornalista] Monica Bergamo deu que o Demóstenes estava. A [revista] “Caras” deu. Quer dizer: precisa ir ouvir a voz do Cachoeira pra saber? Vê a que ponto nós estamos chegando. Inclusive isso vale para vocês. Que tipo de mídia nós estamos construindo? Ah, agora apareceu nas investigações, e aí a polícia fica superpoderosa. Vamos encerrar com isso. Eu não fiz nada no governo passado, então vamos parar com frescura?

Pergunta - O senhor se sente vítima?
Claro que isso é uma armação, obviamente. Mas não é pra me atingir. As minhas posições em direito penal vocês conhecem. Era para atingir o tribunal, criar um clima de corrupção geral, era esse o objetivo.

Pergunta - O senhor recebeu apoio dos colegas?
Claro, evidente, contra a vontade da [repórter] Carolina, que escreveu que não, mas recebi sim.

Pergunta - Quem te deu apoio?
Ah, não vou ficar dando satisfação sobre isso. Todos deram, falaram inclusive nos jornais.

Pergunta - O ministro Marco Aurélio comentou que teria sido mais adequado seu encontro com o presidente Lula ter sido aqui no seu gabinete no Supremo. O senhor se arrepende de ter encontrado com ele no escritório do Jobim?
Não tem arrependimento. Até porque as circunstâncias eram muito específicas. Eu tinha uma relação muito específica com o presidente. Tive um excelente relacionamento com ele durante toda a presidência. Lembro questões relevantes.

Vejam o impasse que até hoje está sobre vencimentos. A questão dos vencimentos da magistratura se resolveu em uma conversa minha com o Lula. É isso que permitiu então resolver. Todos os ministros vibravam. Eu disse: ‘Presidente, eu estou ficando desmoralizado’. Ele foi e chamou os ministros e encaminhou... Eu sempre tive excelente relacionamento com ele, relacionamento familiar.

Quando ele ficou doente e voltou lá do Recife, mandou me chamar. A dona Marisa chamou a minha mulher para a gente ficar lá conversando com ele e o Sigmaringa [Seixas] . Quando ele ficou doente, agora em São Paulo, liguei para ele, falei com ele várias vezes, etc. Cheguei a marcar visita, não consegui.

Pergunta – Então o senhor não esperava que acontecesse tudo isso...
Esse encontro pra mim era a reposição de uma visita. Recentemente ainda falei com o presidente Sarney: ‘Precisava conversar com o presidente Lula. Preciso visitar, porque, quando marquei, ele teve hospitalização e tudo o mais’. Estava tudo isso colocado. A coisa mais transparente.

Então, quando o Jobim disse assim: ‘Olha, o Lula vai passar por aí, você não quer conversar com ele?’ Por que escritório? Porque o escritório está na [quadra] 3, ao lado do aeroporto. O Lula estava indo ao aeroporto. Então, era uma coisa de... Era uma conversa de velhos conhecidos, eu ia dar um abraço nele, era essa a conversa.

Pergunta – O senhor hoje está decepcionado?
Não vou emitir juízo de valor não.

Pergunta – Essa proximidade, o senhor acha que vai ficar estremecida, depois desse episódio?
Não quero fazer julgamento sobre isso.

Pergunta - O senhor falou com ele depois?
Não, claro que não.

Pergunta - E com o ministro Jobim?
Já, já falei. Não vou emitir opinião.

Pergunta - Como o senhor avaliou a nota que o presidente emitiu ontem?
A mim não me cabe. Estou dizendo a vocês o que ocorreu. Posso ter uma interpretação errada, é um relato de uma conversa de quase duas horas. Mas os senhores sabem de uma coisa: eu não tenho a tradição de mentir. Eu posso até interpretar os fatos, mas os senhores não me viram me desmentindo ao longo da minha carreira.

Pergunta - Por que esse encontro aconteceu em abril e só agora o senhor veio manifestar publicamente a indignação?
O fato era singular. Na medida em que vieram pessoas me contar... No dia que eu cheguei em casa estava lá o Agripino para falar comigo. Falei com ele: ‘Olha, vivi uma situação inusitada agora’. No dia seguinte conversei com o Sigmaringa, falei o mesmo fato.

Depois veio uma colega de vocês, me contar inclusive, uma colega da Globo, me contando todas as circunstâncias do fato. E contei para ela tudo. Isso consta dos relatórios da empresa, da organização.

Fui contando para as pessoas, contei isso, contei aqui para alguns colegas. Comecei a falar. Sempre com o argumento: ‘Precisamos julgar logo isso, porque essa questão está fermentando, tudo em torno do mensalão’. Então é isso. Vamos parar, sabe, com coisa ordinária, puxa vida, o que que é isso?! E vocês dão curso a isso. ‘Ah, passagem a Berlim’. Quanto é que custa uma passagem a Berlim?

Pergunta – Nesse material que o senhor deu para a gente, está todos os trajetos da sua viagem à Europa...
Sim, dessa viagem agora. É paga pela... A viagem básica é minha viagem a Granada, é paga pelo próprio Supremo.

Pergunta – Aqui no Brasil, o senhor tem certeza que nunca viajou num avião do Carlos Cachoeira?
Eu tenho certeza de que eu andei duas vezes em aviões daqui para Goiânia. Já falei isso para voes. Duas vezes eu tenho certeza que andei em aviões. Inclusive um foi em 2010 e o outro em 2011. 2011 eu tenho até anotado, cedidos pelo senador. Isso era de uma empresa Voar, uma empresa de taxi aéreo.

Pergunta - Para fazer o que lá em Goiânia?
A primeira vez foi a convite de um jantar em 2010, fui com o Jobim e com o Toffoli. A segunda vez foi uma formatura, isso foi noticiado, está nos jornais, eu era patrono ou paraninfo.

Pergunta - Por que o senhor decidiu revelar essa conversa à ‘Veja’?
Na verdade, esse assunto já estava correndo. A ‘Veja’ veio só me perguntar se tinha ocorrido isso. E eu confirmei. Essa história estava correndo, vocês ouviram falar. De vez em quando um de vocês vinha me falar: ‘Ah, está se falando isso, um líder tal falou isso’. E sempre é essas mesmas histórias.

Desculpem dizer, não vou dar lições a vocês, vocês sabem melhor do que eu, vocês não estão lendo nem as transcrições. Leiam as conversas. O que que se diz nessa conversa? Que o Demóstenes está lá em Berlim e está pedindo um avião, se era possível buscar em São Paulo. Era essa a conversa. E disse: ‘Ele está com o Gilmar’. E então a partir daí vira uma fantasia.

O [deputado] Miro Teixeira chegou a botar no [portal] iG que eu estava com o Demóstenes e o Cachoeira, lembra-se disso? Sem citar nome. Eu fui a um almoço na embaixada com o Everton Vargas e com a mulher do Demóstenes e o Demóstenes. Isso é agenda pública de embaixada.

Pergunta – Ministros, mas os vazamentos estão sendo feitos, assim: se escolhe uma pessoa, passa um vazamento para cá, outro para cá, outro para lá. É um jogo...
Isso que não pode ser feito, isso é um outro vexame que a gente está passando. Graças a Deus houve o vazamento... de tudo né, porque aí pelo menos a gente começou a saber. Mas isso é um vexame completo. Quem que tem que responder por isso? O Ministério Público, o Ministério da Justiça, Polícia Federal.

Agora, vamos encerrar um pouco disso pra cima de mim. Pelo menos, pra ‘riba de moi’? Não. Lembram que eu chamei... o que que é isso? Quando falamos do caso Gilmar de Melo Mendes, ‘navalha’, eu falei assim ‘Isto é canalhice’. Vamos encerrar isso, pô. Se o Demóstenes me oferecesse uma carona naquela época eu poderia aceitar tranquilamente. Eu estava relacionando com o senador que tinha o mais alto conceito na República.

Até pouco tempo nós discutimos com ele todos os projetos, esteve aqui, por exemplo discutindo comigo, já falei isso para vocês, a reformulação da Corregedoria. Ele propôs isso, a emenda constitucional. Ele vinha para cá com projetos republicanos.

Pergunta – O senhor tinha uma relação de amizade com o senador. Depois desse escândalo todo, o senhor continua mantendo contato com ele?
Não, nenhum contato, não.

Pergunta – Houve uma decepção em relação à conduta dele?
Eu não vou ficar emitindo juízo sobre isso. Daqui a pouco eu tenho que julgar processo sobre isso. Depois da revelação desses fatos, nunca mais tive contato, claro que não.

Pergunta – Mas ele era uma pessoa diferente do que se revelou, né?
Sim, aí vocês julguem.

Pergunta – Hoje ele falou no Conselho de Ética que o Procurador-Geral da República prevaricou...
Eu não vou emitir juízo sobre isso. É outro alvo de muitos ataques, os senhores sabem disso. O doutor Gurgel está sob um grande ataque e não é pelos seus defeitos, eu diria que é pelas suas virtudes.

Pergunta – O senhor acha que as mesmas pessoas que estão atacando ele são os que estão atacando o senhor?
Façam vocês o trabalho de investigação. Está bom, acho que já falei bastante...

Pergunta - O senhor se encontraria novamente com o presidente Lula?
Hmmm...


 





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