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POLÍTICA
Quinta - 10 de Maio de 2012 às 13:31
Por: Nathalia Passarinho

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Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
Parlamentares da oposição que integram a CPI do Cachoeira conversam sobre depoimentos
Parlamentares da oposição que integram a CPI do Cachoeira conversam sobre depoimentos

Começou às 10h40 desta quinta-feira (10) o depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do delegado e procuradores responsáveis pela Operação Monte Carlo, que investigou a quadrilha de jogo ilegal comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), estimou que as oitivas do delegado Matheus Mella Rodrigues e dos procuradores Daniel Salgado e Leia Batista Oliveira, que serão em sessão fechada, demorem pelo menos oito horas.

“Na melhor das hipóteses, vai durar oito horas”, afirmou o deputado. Esta é a segunda sessão de depoimentos realizada pela CPI mista.

Antes de depor, o delegado Matheus e o delegado Raul Alexandre Marques Sousa, responsável pela Operação Vegas, que precedeu a Operação Monte Carlo, analisaram os documentos sobre a investigação que estão em poder da CPI. Raul Alexandre depôs à comissão na última terça.

De acordo com Odair Cunha, faltam à CPI documentos relativos aos investigados com foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e nos tribunais de justiça. Governadores têm foro privilegiado no STJ, enquanto prefeitos são julgados nos tribunais de justiça.

“O material é vasto. Já dá um bom início de trabalho. Eu ainda não conheço todo o material, mas [faltam documentos relativos a] pessoas, vou dizer genericamente, que ainda não estão submetidas ao Supremo Tribunal Federal. Pessoas que estão submetidas ao crivo do Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal de Justiça, especialmente”, afirmou.

Quebra de siglo
O relator da CPMI afirmou ainda que a comissão deve votar quebra de sigilo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e demais parlamentares suspeitos de envolvimento com Cachoeira.

"Com certeza nós faremos [quebras de sigilos]. É possível que nós peçamos a quebra de sigilo dos parlamentares. Aliás, nós vamos pedir das pessoas envolvidas com a organização criminosa. Configurada o envolvimento sistêmico com a organização criminosa, nós vamos pedir a quebra de sigilo", disse.

Convocação de Gurgel
O depoimento de Raul Alexandre na terça, também em sessão secreta, foi o primeiro à CPI. O delegado respondeu a perguntas dos parlamentares sobre os procedimentos da investigação. Segundo membros da CPI, o delegado disse durante a sessão que o inquérito da Operação Vegas foi entregue em 15 de setembro de 2009 sem que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tivesse tomado providências.

Após o depoimento do delegado Raul Alexandre, parlamentares defenderam que Gurgel também preste depoimento à comissão. Integrantes da CPI questionaram o fato de Gurgel não ter iniciado investigações ainda em 2009, quando recebeu da Polícia Federal as informações da Operação Vegas.

Nesta quarta (9), Gurgel atribuiu as críticas à sua atuação nas investigações das atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira a "medo do julgamento do mensalão". O procurador argumenta que, como acusador no caso, não pode falar em depoimento à comissão sob pena de ser afastado do processo.






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