Caso Cachoeira: Pedro Taques pede rigor em CPI mista
Em discurso proferido na quinta-feira (12.04), o senador Pedro Taques (PDT-MT) cobrou rigor do Congresso Nacional na investigação das denúncias sobre a relação do empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. Ele também destacou o fato de ter sido iniciado, nesta manhã, a coleta de assinaturas para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
"É importante que a comissão seja mista por conta dos indícios de envolvimento de parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados nas ações ilegais de Cachoeira. O Congresso deve cumprir seu papel investigando todos os envolvidos, não fazendo a comissão ‘só para inglês ver’”, afirmou Pedro Taques.
Conforme defendeu, a comissão não pode se esquivar de investigar o envolvimento de empreiteiras no esquema de Carlinhos Cachoeira.
Segundo Pedro Taques, também não se pode confundir o trabalho desta comissão com a que investigou o Mensalão – escândalo no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005. Ele ainda cobrou agilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do processo do Mensalão, que está perto de prescrever.
"O Mensalão não tem, ao menos até agora, nada a ver com a investigação desta CPI”, disse Taques, lembrando que o Ministério Público Federal já denunciou o esquema do Mensalão, indicando 40 envolvidos em vários crimes, inclusive formação de quadrilha.
CPMI - A CPI mista encarregada de investigar o envolvimento de parlamentares com o empresário Carlos Cachoeira foi acordada após reunião entre os líderes do Senado e o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-MA). O presidente decidiu acatar o pedido dos senadores Pedro Taques (PDT-MT) eRandolfe Rodrigues (PSOL-AP).
A manifestação favorável de outros parlamentares levou o assunto à Presidência. Durante o encontro com os líderes partidários, Sarney informou que ele e o deputado Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, concordaram em criar um texto conjunto que valerá nas duas Casas. O requerimento precisa de 1/3 das assinaturas dos Senadores e Deputados Federais para ser protocolado.