DEFENSORIA PÚBLICA DE MT: Pedido de afastamento de Prieto causa conflito
Pedido de afastamento do defensor público-geral André Luiz Prieto causou conflito na Defensoria Pública de Mato Grosso. O defensor acusa o subcorregedor-geral da Defensoria Pública, Ademar Monteiro da Silva, de vazar informações internas e sigilosas para a imprensa com interesses políticos já que “é candidato ao cargo de Pietro” e promete abrir um processo administrativo contra Ademar.
O motivo é a divulgação de informações que constam num relatório encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE) e também para a Defensoria Geral pedindo avaliação para instauração de um processo administrativo contra Prieto por supostos desvios de recursos em virtude de aquisições superfaturadas de combustíveis, que já foram alvo de denúncia da ONG Moral em 2011 e não resultaram em nenhum processo.
Prieto explica que qualquer pedido de sindicância interna deve ser avaliado por ele, mas neste caso, por supostamente ter interesse na causa, o relatório foi endereçado ao defensor-geral substituto, Augusto Celso Reis Nogueira para que o afaste do comando do órgão. Sobre o relatório, ele diz se tratar de algo sem fundamento. “Ele [Ademar] cometeu um equívoco a respeito dos gastos com combustíveis, pois fizemos uma previsão para um ano com gasto médio de 400 litros de combustível por veículo e adquirimos os tickets que estão guardados no cofre da Defensoria e são distribuídos de acordo com a necessidade de cada comarca”, diz, acrescentando que o consumo varia de acordo com a localidade e não se pode comparar o consumo em Cuiabá com Tangará da Serra, um dos núcleos da Defensoria onde teria sido detectada a divergência no valor consumido em combustível e o adquirido numa rede de postos credenciados a fornecer o produto para o órgão.
Ademar confirmou a reportagem do GD que encaminhou o relatório para que a Defensoria Geral e MPE, no entanto, não revelou o teor. Disse que são informações internas que não podem ser divulgadas à imprensa pela Corregedoria do órgão. No Ministério Público, o relatório foi recebido pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque que por enquanto está analisando o documento e não irá se pronunciar sobre o caso.
Mesmo assim, Prieto diz que vai instaurar um processo administrativo para apurar o vazamento das informações por parte, segundo ele, do subcorregedor Ademar Monteiro. O chefe da Defensoria também não informou detalhes sobre o relatório, mas adiantou se tratar de “denúncias infundadas da ONG Moral”. Em julho de 2011, a ONG questionou o fechamento de comarcas da Defensoria do interior por falta de verbas para mantê-las, e disse que a gestão Pietro vinha “esbanjando dinheiro com supérfluos”. À ocasião, foi apresentada uma lista com despesas e relatado entre eles, o gasto de “R$ 370 mil com combustíveis em apenas 2 meses”.
No entanto, Luiz Prieto afirma que as denúncias não estavam embasadas em provas concretas e mesmo assim “Ademar Monteiro da Silva resolveu usá-las para prejudicá-lo”. “Ele é candidato a defensor-geral e está usando isso para causar danos contra a minha imagem. Mas isso não vai ficar assim, pois ele está cometendo improbidade administrativa”, diz Prieto.