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POLÍCIA
Quarta - 14 de Março de 2012 às 05:56

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PJC/MT
Uma investigação da venda ilegal de veneno disfarçado de vitaminas culminou na terça-feira (13.03), na operação “Paracelsus”, da Delegacia Especializada do Meio Ambiente, da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. Quatorze mandados, 7 de prisão temporária (5 dias) e 7 de busca e apreensão estão sendo cumpridos no município de Bady Bassitt, no interior do Estado de São Paulo, e na cidade de São José do Rio Preto (SP), onde um vendedor já está preso.

As ordens judiciais são cumpridas na fábrica da empresa Biofarm, de produção de produtos orgânicos, que supostamente fabrica a versão falsa do agrotóxico; no escritório da empresa e no Call Center, de onde eram feitas as vendas por telefones dos produtos despachados pelos Correios para compradores em todo o Brasil. O agrotóxico era enviado com notas fiscais de vitaminas especial, ao valor médio de 2 mil, enquanto que o verdadeiro produto é comercializado por cerca de R$ 6 mil.

O delegado titular da Dema, Carlos Fernando Cunha, comanda a operação de São José do Rio Preto, com apoio da Polícia Civil local. Ele informou que uma grande quantidade de produtos falsificados foram apreendidos no laboratório da empresa, em Bady Bassit. Conforme ele, os donos da empresa ainda não foram localizados para prestarem esclarecimentos à polícia.

Com apreensão de mais de 100 litros do Regent WG800, ao longo de 1 ano, em caixas com notas fiscais de vitaminas, na agência distribuidora dos Correios, em Várzea Grande, a Delegacia Especializada do Meio Ambiente descobriu que o produto, fabricado com autorização pela empresa Basf, era falsificado em uma fábrica no município de Bady Bassit, de onde era comercializado para todo o Brasil para uso em lavouras de soja.

O delegado da Dema, Carlos Fernando Cunha, disse que a agência do Correios desconfiou de algumas caixas e do conteúdo dos frascos. “O produto que a Basf vende com permissão é destinado às indústrias de álcool, pois é muito concentrado e esse está sendo vendido para lavouras, colocando em risco milhares de pessoas. É um risco invisível que vai acumulando no organismo”, pontua o delegado.

O veneno é considerado altamente tóxico e contém o principio ativo Fipronil, utilizado para controle de plagas na plantação de cana-de-açúcar. O produto falsificado contém uma dosagem menor do princípio ativo. Ele é vendido em embalagens reutilizadas do verdadeiro produto, com rótulo e lacres falsos. “É um veneno fortíssimo que não sabemos de onde vem. É isso que queremos descobrir”, disse o delegado Carlos Fernando Cunha.

Todo o agrotóxico apreendido em Várzea Grande que deu origem a investigação foi  periciados e comprovado que está sendo distribuídos de forma inadequada, colocando em risco as pessoas que os manuseiam e a saúde da população que consomem os alimentos proveniente das lavouras que o utiliza como inseticida.

Os investigados poderão responder por diversos crimes. Entre eles estelionato, por estarem enganado pessoas que compram de boa fé; falsificação ou receptação ou contrabando, caso fique comprovado que o principio ativo seja roubado ou contrabandeado, transporte em desacordo com a legislação ambiental e formação de quadrilha.

“Esse grupo está praticando crime contra a saúde pública e o meio ambiente em todo o Brasil”, ressaltou o delegado.
O nome da na operação “Paracelsus” é alusivo ao médico, alquimista, físico e astrólogosuíço, Paracelso, considerado por muitos como um reformador do medicamento e fundador da Bioquímica.

Participam da operação 8 policiais (investigador, escrivão e delegado) da Polícia Civil de Mato Grosso com apoio de policiais da Polícia Civil de São José do Rio Preto (SP).





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