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POLÍTICA
Sábado - 07 de Janeiro de 2012 às 19:17
Por: Do G1, em Brasília

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O ministro Fernando Bezerra Coelho deverá se dedicar no início da próxima semana a dar explicações sobre as denúncias de privilegiar seu estado natal, Pernambuco, na distribuição de verbas das chuvas; de favorecer o filho, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), com liberação de emendas parlamentares da pasta; e de agir para manter o irmão, Clementino Coelho, na presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

Na segunda-feira (9), Bezerra deverá se reunir com a presidente Dilma Rousseff. "Muito trabalho pela frente. Presidenta Dilma me telefonou e na segunda-feira teremos reunião para tocar os projetos do Ministério", escreveu o ministro na noite desta sexta (6) no microblog Twitter.

Na terça (10), há possibilidade de o ministro comparecer ao Congresso. O PPS pediu ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a convocação da Comissão Representativa do Congresso Nacional para discutir as denúncias relacionadas ao Ministério da Integração Nacional. A comissão é composta por oito senadores e 17 deputados e pode ser convocada durante os períodos de recesso parlamentar.

Bezerra se colocou à disposição para comparecer ao Congresso e dar explicações. "Eu estarei à disposição para visitar a comissão no Congresso na terça-feira, às 10h, para poder responder às dúvidas ou indagações do requerimento e outras tantas dúvidas que, porventura, os parlamentares possam ter em relação à política de aplicação de recursos do Ministério da Integração no que toca à defesa civil", afirmou o ministro nesta sexta.

Bezerra nega ter privilegiado Pernambuco, seu estado natal, na distribuição das verbas para prevenção a desastres naturais. Em nota, o ministério contestou reportagem publicada na quinta pelo jornal "O Globo", que informa que, no Orçamento de 2012, Pernambuco foi o estado com a maior previsão de verbas da Integração no Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres.

Segundo a publicação, o estado receberia R$ 81,4 milhões, cerca de 11,6% do total do programa sob gestão da pasta. A Integração afirmou que a maior parte dos recursos foi incluída por parlamentares através de emendas durante a tramitação da lei orçamentária. Inicialmente, informa, a previsão enviada pelo Executivo era de R$ 67,6 milhões, complementados com R$ 634 milhões de emendas parlamentares.

Em entrevista nesta sexta à Agência Brasil, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, defendeu o ministro da Integração. Ela disse que não houve irregularidades na utilização de créditos extraordinários para investimentos na construção de barragens em Pernambuco. Segundo a ministra, em 2010, o governo pediu um estudo sobre obras para se evitar a repetição das tragédias das chuvs que, naquele ano, atingiram Pernambuco e Alagoas.

“Quando a solução foi identificada, não tínhamos dotação específica para 2011. Por isso, o ministro da Integração usou a dotação de crédito extraordinário. Não há nenhuma irregularidade nisso. É dinheiro de defesa civil utilizado em uma obra de defesa civil”, afirmou a ministra à agência.

Filho
O jornal "Folha de S.Paulo" afirmou na edição deste sábado (7) que o filho do ministro, deputado Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), foi o único parlamentar que conseguiu obter o empenho (compromisso de pagamento) de todas as emendas que apresentou para obras do ministério.

De acordo com o jornal, o ministério respondeu em nota que o ministro não beneficiou o filho. Segundo a nota, o deputado conseguiu a liberação de cerca de 80% dos pedidos em anos anteriores, quando o pai não era ministro.

Irmão
Segundo "O Estado de S. Paulo", o ministro agiu para manter durante um ano o irmão, Clementino Coelho, na presidência da Codevasf. Coelho assumiu após a exoneração do antecessor, Orlando Cézar da Costa Castro. Pelo estatuto da Codevasf e por orientação da Controladoria-Geral da União (CGU), na ausência do presidente, o diretor mais antigo - no caso, Coelho - assume a presidência até a nomeação do novo titular do cargo.

Nesta sexta, a Casa Civil da Presidência da República divulgou nota informando que, "há cerca de 50 dias", Fernando Bezerra fez o pedido para que Guilherme Almeida, que também é diretor da empresa, seja nomeado novo presidente da Codevasf.

"Em que pese Almeida já ocupar o cargo de diretor da estatal, a assunção à presidência do órgão exige novas consultas, conforme determina a legislação. Cabe, porém, destacar que, tendo sido concluídas as consultas, Guilherme Almeida será nomeado nos próximos dias", informou a nota da Casa Civil.
 





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