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POLÍTICA
Terça - 29 de Novembro de 2011 às 16:27

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Assessoria/PJC-MT
Policiais em campo, na operação Salomão
Policiais em campo, na operação Salomão

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil, concede entrevista, considera desarticulada a quadrilha que assaltou a agência do Banco do Brasil, de Santo Antônio do Leste (379 km ao Sul da Capital). Todos os integrantes da quadrilha estão identificados, sete deles presos na operação “Salomão”, desencadeada logo após o assalto na agência bancária, no dia 11 de novembro deste ano.

O delegado geral da Polícia Civil, Paulo Rubens Vilela, ressaltou o trabalho que a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) vem realizando para identificar e desarticular as quadrilhas que agem nos roubos a banco, na modalidade “Novo Cangaço” e a integração com os policiais de outras unidades da Instituição e com a Polícia Militar. “Toda vez que desbaratamos uma quadrilha, a sociedade sente o efeito e mais segura”, declarou.

Nesta terça-feira (29.11), a delegada Ana Cristina Feldner, apresentou a imprensa os sete presos e os sete integrantes que estão foragidos. Conforme a delegada, todos os que tiveram participação no assalto, no apoio logístico e na execução do roubo. “São pessoas envolvidas com o crime, alguns participado de outros assaltos a bancos. Um dos executores tem participação direta no roubo ao banco de Tabaporã, no de 2009. A gente também tem indícios e isso está em investigação da participação do ‘Borracheiro’ no roubo a Poxoréu”, disse a delegada.

De acordo com Feldner, na ação criminosa ocorrida no dia 11 de novembro, os bandidos tinham como alvo R$ 1 milhão, que estariam na agência, mas por conta da troca de um dispositivo de segurança da agência, a quadrilha acabou levando apenas R$ 90.

Cinco pessoas fortemente armada invadiram a agência e de lá saíram levando duas pessoas reféns, liberadas horas depois. Os assaltante usavam capuz, luvas e chegaram atirando, colocando em risco a população. “São pessoas que não tem rosto, que não tem digital. Assim nos é apresentado para a investigação”, ressaltou a dificuldade em investigar a modalidade criminosa.

“Desde o roubo temos trabalhado de forma ininterrupta. Hoje estamos na Capital, por uma questão de deslocamento de competência, que o juiz local declinou para a Vara de Crime Organizado. Continuamos no encalço e na perseguição desses foragidos. Aguardamos ainda mais de dez prisões a serem efetuadas”, destacou Ana Cristina.

Sete integrantes da quadrilha foram presos, na operação denominada Salomão. Quatro deles foram transferidos para a Capital, nesta semana. Entre os presos está José Jonas Silva, 37, considerado o mentor do roubo e suspeito de participação de outros dois assaltos na mesma modalidade na região Sul de Mato Grosso. Ele foi preso no dia 17 de novembro, em Primavera do Leste.

O acusado, se passado por assessor da Prefeitura Municipal de Santo Antonio do Leste, tinha informações privilegiadas do abastecimento de dinheiro na agência e acompanhava todo o trabalho desenvolvido pelas Polícias Civil e Militar. No dia do assalto, ele chegou a acompanhar os primeiros levantamentos no local.

Os presos até o momento são pessoas que tiveram participação importante no assalto. Um deles, José Geraldo da Silva, está envolvido diretamente do assalto ao banco de Santo Antonio do Leste. Os policiais efetuaram a prisão de José Jonas depois da apreensão de um veículo Pálio prata, de sua propriedade. O carro estava com os chassis, motor e etiquetas adulterados.

Durante a operação, Polícia Civil prendeu também a investigadora de polícia, Silvana Cristina da Silva Barbosa, 39, e seu marido João Batista Vieira dos Santos, 25. A policial foi escolhida estrategicamente pela quadrilha para fazer o transporte em seu veículo dos bandidos, por ser policial, estar armada e caso fosse parada em alguma barreira se identificaria como policial, se livrando de uma possível checagem.

O marido dela é considerado um dos maiores ladrões de caixas eletrônicos da Grande Cuiabá. O GCCO chegou a sua identificação durante a prisão de um traficante na Capital. Ele é um dos que permanece preso na Cadeia Pública de Primavera do Leste. A investigadora vai responder processo disciplinar administrativo na Corregedoria da Polícia Civil.

Também foram presos Kawara Jasmine Marques Araujo, é esposa de um dos executores do assalto à agência bancária, identificado por Diego da Silva Rocha (foragido), e Rafael Barros Teixeira da Rosa, dono do hotel “Recanto”, em Primavera do Leste, onde o bando ficou hospedado. O hotel está localizado em ponto privilegiado da cidade, com visibilidade as saídas de viaturas policiais.

A Polícia Civil descobriu um dos membros da quadrilha é o mesmo que esteve envolvido no assalto do banco do Brasil de Tabaporã, no ano de 2009. Outro integrante participou do assalto a agência do Banco do Brasil, na cidade de Poxoréu, no dia 12 de julho de 2011.

Toda a ação comandada pelo GCCO teve apoio fundamental da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Capital, que participou ativamente das campanas, barreiras e identificou a ligação da quadrilha com o tráfico de drogas. O dinheiro adquirido nos roubos seria aplicado no tráfico de drogas.

Na casa da presa Kawara, no Residencial Jonas Pinheiro, em Cuiabá, os policiais da DRE apreenderam 10 quilos de maconha, escondidos em seu quarto.

Mais de 30 policiais civis foram mobilizados para a operação, que ainda continua. Além do GCCO, a operação conta com apoio de equipes do Grupo de Operações Especais (GOE), a  Delegacia de Entorpecentes (DRE), Delegacia Fazendária, Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), e policiais das Delegacias de Primaveras do Leste, Rondonópolis, Santo Antonio do Leste e por último teve auxílio de policiais de Barra do Garças.

O delegado chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringueta, destacou o trabalho integrado das unidades policiais, que possibilitou a polícia desarticular a quadrilha. “A partir dessa operação, tivemos um êxito muito interessante que culminou na prisão de pessoas envolvidas em roubos a banco no Estado de Mato Grosso”, disse.

Nome “Salamão” significa: “Justiça é a vontade constante e perpetua de dar a cada um o que é seu”.

Presos na operação:

Mentores:

- José Jonas Silva Cruz - 37 anos (preso) – Mentor do roubo. Ele que teve a ideia do roubo. Se passando por assessor da Prefeitura de Santo Antônio do Leste tinha acesso as informações policiais. É suspeito de outros dois roubos na região. José Jonas se aliou ao Sidinei Ferreira da Silva, 31 (preso), que aliciou os membros que iriam entrar no banco. Ele escolhia pessoas que não se conhecia.

- José Carlos de Oliveira Clares, o Carlinhos – está com o dinheiro roubado e as armas utilizadas no crime. Ele é dono do bar “Copo Sujo”, na MT 130, a 100 km de Primavera do Leste. Local estratégico usado como suporte na fuga;

- Edson Lachi – proprietário da fazenda “Água Viva”, onde a quadrilha montou o primeiro acampamento (foragido). Dono da caminhonete Hilux apreendida pela polícia e usada no deslocamento do bando;

Executores:

José Geraldo da Silva, Dengo - 26 anos (preso) – Executor do assalto. Tem passagens por tráfico e mandado de prisão preventiva por homícidio.

Marcos – Borracheiro (retrato-falado) (foragido) – Deu os disparos durante o assalto. Suspeito também do roubo na cidade de Poxoréu;

Wellington Gonçalves Dias, o Poxoréu (foragido) – Executor do assalto no banco;

Diego da Silva Rocha - usa identidade falsa de Tiago da Cruz Silva (foragido), é marido da Kawara e executor do assalto no banco;

Uanderson Rogério Constantino (tem deficiência na perna) (foragido), participou da ação de roubo no banco.

Apoio:

- Silvana Cristina da Silva Barbosa - 39 anos (presa) – investigadora de polícia, deu apoio na fuga de um dos bandidos;

- João Batista Vieira dos Santos - 25 anos (preso) – companheiro de Silvana e apontado como um dos principais líderes arrombadores de caixas eletrônicos;

- Kawara Jasmine Marques Araújo- 22 anos (presa) – mulher de Diego da Silva Rocha, integrante da quadrilha que atacou o banco. Em sua casa foram apreendidos mais de 7 quilos de drogas;

- Rafael Barros Teixeira da Rosa - 25 anos – (preso) dono de um hotel, localizado em ponto estratégico da cidade de Primavera do Leste. Dali ele visualizava toda a movimentação da polícia e a logística. Em seu hotel ficou hospedado membros da quadrilha;

 






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