Reportagem da revista "Veja" apontou relação entre Milton Ortolan e lobista. Auxiliar do ministro Wagner Rossi, ele nega e diz que provará inocência.
Secretário-executivo do Ministério da Agricultura pede demissão
Após reportagem publicada na edição deste final de semana da revista "Veja", o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, pediu demissão.
Segundo a revista, o secretário, auxiliar direto do ministro Wagner Rossi, tinha relações com um lobista que, de acordo com a publicação, atua dentro do ministério, defendendo interesses de empresas. Ortolan nega ter cometido irregularidades.
Júlio Fróes, o suposto lobista, teria, segundo a revista "Veja", um "escritório clandestino" dentro do ministério no qual prepararia editais, analisaria processos de licitação e defenderia os interesses de empresas nesses processos. Segundo a publicação, Fróes se apresentava como representante do ministério e, em entrevista, afirmou conhecer o ministro Wagner Rossi e o secretário-executivo Milton Ortolan.
Leia abaixo a íntegra da nota de Milton Ortolan, divulgada pela assessoria do Ministério dos Transportes.
"Nota à imprensa
Milton Ortolan repudia matéria publicada na revista Veja, em 6 de agosto
Brasília (06/08/2011) - Repudio as informações publicadas de que sou conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério da Agricultura, conforme aponta reportagem.
Em relação ao senhor Júlio Fróes, informo que o conheci por ocasião do início do processo de contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP). Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP.
Desconheço a mencionada reunião realizada na Assessoria Parlamentar do Ministério da Agricultura para distribuição de “propina”.
Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular.
Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem.
Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
Solicito que sejam feitas investigações em todos os níveis considerados necessários. Coloco-me à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos.
Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência.
Brasília, 6 de agosto de 2011
Milton Ortolan”