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POLÍCIA
Segunda - 21 de Março de 2011 às 05:56
Por: José Ribamar Trindade

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Foto: Arquivo / Ilustrar
Nos primeiros dois meses de 2011, três mulheres já foram vítimas de assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande.
Nos primeiros dois meses de 2011, três mulheres já foram vítimas de assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande.

Cada crime mais bárbaro, frio e covarde que o outro. A violência contra a mulher aumenta dia a dia. Mortas sem um mínimo de defesa, elas sofrem todos os tipos de barbaridade. São degoladas, espancadas até a morte. Algumas são até esquartejadas

Os números são estarrecedores: Duas mulheres estão sendo assassinadas por mês. Os dados da Polícia Civil, via Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), comprovam que 95 mulheres foram assassinas nos últimos 50 meses.

Os números, segundo a Polícia, se referem aos anos de a janeiro de 1997, a fevereiro de 2011. Ou seja, são 50 meses de pura violência contra mulheres. Violência referente aos casos registrados apenas em Cuiabá e Várzea Grande.

As estatísticas levantadas exclusivamente pelo Portal de Notícias 24 Horas News comprovam que no ano de 2007, um ano após criação da Lei Maria da Penha, 24 mulheres foram assassinadas na Grande Cuiabá.

Em 2008, os números subiram para 29 mulheres assassinadas. Em 2009 os números de mortes por homicídio chegaram a 24 mulheres mortas. Em 2010, os números caíram, mesmo assim, outras 15 mulheres foram assassinadas.

Nos primeiros dois meses de 2011, três mulheres já foram vítimas de assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande. Uma das vítimas, segundo a própria Polícia, poderia estar via se o homem que a seqüestrou e a matou estivesse preso, pois já havia cometido outros crimes.

 COVARDIA
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Maníaco finge amor e paixão,
tudo para matar com frieza
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“O Cara de Onça é um dos pistoleiros mais frios que eu já conheci. Ele mata brincando. Muitas vezes até finge que está apaixonado pela vítima, mas não resiste à tentação de matar, de preferência à sangue frio, olhando na cara da vítima”. O comentário é de um investigar da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP).

“Cara de Onça” é o apelido do pistoleiro de aluguel Joacir Gomes Pereira, de 50 anos, um matador que era para estar preso. Ele é o mesmo que teve a coragem de invadir o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) e matar a tiros um paciente deitado na cama. Como pistoleiro de aluguel, “Cara de Onça" pode estar envolvido em mais uma dezena de assassinatos.

A “paixão” que virou terror e tragédia. Depois de cumprir pena pelo crime que cometeu dentro do PSMC, o frio pistoleiro “Cara de Onça” agora é acusado de matar uma mulher que ele atraiu fingindo que estava apaixonado.
A vítima, a enfermeira Daraci Paula Oliveira Santiago, de 32 anos, sem saber que estava sendo preparada para a morte, ainda chegou a manter um relacionamento amoroso com “Cara de Onça”.

Entre beijos e juras amorosas, a mulher foi seqüestrada e assassinada com dois tiros. O corpo de Daraci foi localizado já em decomposição dentro da Lagoa do Jatobá, na BR-364, na saída de Cuiabá para outras cidades da região Sul do Estado.

Apesar do aparente mistério, o competente delegado Márcio Pieroni, titular da DHPP não levou muito tempo para chegar até o autor da violência. Além de Doraci e da vítima do PSMC na década de 90, um crime que repercutiu e revoltou a população de Cuiabá, Várzea Grande de todo o Estado na época, “Cara de Onça” também é acusado de matar a tiros o policial Mascate, da Polícia Civi, também na década dos anos 90.

Antes de chegar a Cuiabá, no entanto, “Cara de Onça” , segundo a Polícia, também já havia feito vítimas fatais no Rio de Janeiro e no Estado de Pernambuco. Por esses dois locais, , “Cara de Onça” também matou pessoas em crime encomendados.

Apesar de preso novamente, “Cara de Onça” continuará sendo investigado pelo delegado Márcio Pieroni. O pistoleiro pode estar envolvido em pelo menos mais seis ou mais assassinatos, cujas vítimas ainda estão sendo levantadas por investigadores da DHPP.

"Esse criminoso era para estar preso. Aliás, era para ele ficar para sempre na cadeia. Só que, como nossas leis são frágeis, ele estava em liberdade e fez mais uma vítima. Pode ser que agora ele fique preso pelo resto da vida". O comentário é de uma amiga da enfermeira Doraci.

PERVERSIDADE
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Cada um crime mais bárbaro
e covarde que o outro
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  O ano de 2008 começou com duas mulheres assassinadas em janeiro. Uma delas, foi a comerciária Sueli Ramos da Silva, de 20 anos. Junto com ela também foi morto José Arnaldo Dias Silva, de 38 anos. O casal estava junto há pouco tempo.
  
  Sueli e Arnaldo foram mortos a tiros. O acusado, segundo testemunhas contaram à Polícia, seria ex-companheiro da jovem, o ex-policial militar Aécio Pereira, que não aceitou a separação. em uma rua deserta entre os bairros Canjica e Terra Nova, área central da Capital.
  
  No sábado, quatro de fevereiro, Maria Helena Folha, de 52 anos, foi morta com seis tiros, dentro da casa dela, no Jardim Liberdade, região do Coxipó, na periferia de Cuiabá. Maria Helena teria sido vítima de uma vingança.
  
A jovem Lidiane David de Castro, de 21 anos, foi morta com várias facadas, no bairro São Gonçalo-3, região do Coxipó. Lidiane ainda chegou a ser socorrido, mas morreu logo em seguida no PSMC.
  
A feirante Jociane Batista da Silva, de 31 anos, foi morta com 17 facadas dentro da casa dela, no Jardim Brasil, região da Grande Morada da Serra, em Cuiabá. Jociane foi assassinada por João Batista Nascimento, de 28 anos.
  
O assassino era ex-marido de Daniele Cristina da Conceição, de 22 anos. Com a separação, Daniele recebeu apoio da amiga Jociene, e por isso ela foi assassinada. João Batista foi preso e autuado em flagrante. Jociane foi morta na frente dos filhos menores.
  
FRIEZA
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Assassinato revolta
o Parque Cuiabá
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 A revolta das pessoas do Parque Cuiabá está relacionada a morte anunciada de Marinez Socoloski. Em 11 de novembro do ano passado, Evandro Souza foi preso pela Polícia Militar sob acusação de agressão e ameaças de morte. Evandro foi preso, mas não ficou na cadeia.
  
  Em liberdade, o casal voltou a viver junto, mas como Evandro viajava muito para fora do país para fazer comprar no Paraguaio, surgiram comentários de que Marinez estava mantendo um caso amoroso com outra pessoa. Boatos que nunca foram confirmados.
  
  O delegado Antonio Esperandio, que fez a liberação do corpo e iniciou as investigações, confirma que existiam boatos de que a vítima estava traindo o marido. Para ele, a convivência entre casais precisa ser repensada, pois a violência familiar está aumentando.
  
  “As pessoas falavam, mas nunca nada foi confirmado. E mesmo que fosse, não seria o motivo para uma pessoa tirar a vida da outra. O mais lógico seria a separação. Aliás, os casais precisam pensar mais antes ficarem juntos. Se ficam, não são obrigados a viver eternamente, principalmente quando a relação começa a se desgastar e corre risco de acontecer o que aconteceu com a Marinez e o Evandro“, alerta o delegado.
  
CONDENADO
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O empresário Evandro Souza Medeiros foi um dos poucos assassinos que mataram mulher nos últimos anos a ser condenado. Pelo menos é o que se tem notícia. Ele foi à Júri Popular pelo Tribunal do Júri de Cuiabá e levou a 18 anos de prisão, em regime fechado.

A pena se refere à morte da mulher de Evandro Medeiros, Marinez Socoloski, ocorrido a 15 de abril de 2008, no bairro Parque Cuiabá. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Evandro matou a mulher por ciúmes, após a vítima receber uma ligação em seu celular.

O que mais revoltou as pessoas na época do crime, foi o fato do assassino ter matado a mulher na frente dos dois filhos menores da vítima, um deles filho também de Evandro, na época com nove e 13 anos de idade.






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