ESCOLAS DO CAMPO: Pedagogia da Alternância é avaliada nas escolas do campo
A coordenadoria de Educação do Campo inicia dias 11 e 12 de marços, no município de Nova Mutum, seminários junto a comunidade escolar local, sociedade civil organizada e Secretaria Municipal de Educação, para avaliação da metodologia de ensino Pedagogia da Alternância. A proposta metodológica desenvolvida há dois anos em Mato Grosso está sendo implantada em 15 das 130 escolas de educação no campo do Estado. A meta é trabalhar de forma diferenciada o conteúdo curricular, com o objetivo de atender as especificidades da população do campo.
A agenda faz parte das ações da Educação do Campo da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e pretende orientar e apoiar as Orientações Curriculares do Campo, que terá durante o ano encontros em diferentes polos do Estado. Ainda em março está programado seminário no município de Primavera do Leste (24 e 25/03) e, em Diamantino, no mês de abril.
A Pedagogia de Alternância é uma metodologia de ensino que consiste em trabalhar o conteúdo curricular por áreas de conhecimento ao invés de disciplinas, a partir da realidade dos estudantes. As matrizes curriculares são construídas com base nas vivências e os conteúdos repassados dentro de tempos diferenciados do ensino regular.
Os estudantes trocam o conhecimento em aulas aos fins de semana (com objetivo de não atrapalhar o trabalho no campo) e, em outros momentos, na própria residência. “O objetivo é trabalhar o currículo integrado com a própria realidade”, destaca o gerente de Educação no Campo da Seduc, professor Rui Leonardo Souza Silveira.
Modelo
Uma experiência vivenciada durante dois anos em assentamentos no município de Diamantino revela o sucesso da prática da Pedagogia de Alternância, aplicada na Escola Estadual Ana Maria Tissiane de Oliveira, da Agrovila Bojuí. Ao todo 18, dos 25 estudantes matriculados no Programa Pro Jovem Campo “Saberes da Terra”, concluem em abril, o ensino fundamental.
O diferencial da Pedagogia de Alternância está na elaboração do conteúdo curricular, na formação do material didático e no tempo escola. “Os estudantes, junto com os professores discutem o assunto a ser estudado e diante do tema – agricultura familiar, associativismo, assentamento – escolhido coletivamente são trabalhadas as áreas de conhecimento (ciências naturais, ciências humanas, ciências agrárias e linguagem)”, informa o professor Jacildo de Siqueira Pinho.
Na escola em Diamantino, o curso do Pro Jovem Campo tem 2.400 horas ministrada num período de dois anos, com aulas aos sábados e domingos ( tempo escola), e em visitas às comunidades ( tempo comunidade) para conhecer a parte prática do aprendizado. Para o professor essa é uma experiência inovadora. “Trabalhamos os quatro professores juntos, num processo de reconstrução da identidade do aluno”, esclarece Jacildo Pinho.