Pesquisadores e técnicos governamentais, não-governamentais, representantes de empresas e de comunidades extrativistas, indígenas, além de agricultores participarão do evento
Evento discute cadeia produtiva da borracha nativa em Mato Grosso
O Brasil já foi o principal produtor e exportador de borracha no mundo, mas, atualmente, apenas 1% da borracha produzida no mundo é do Brasil. Por outro lado, a região Noroeste de Mato Grosso vem sendo estimulada a conciliar o desenvolvimento social com a conservação ambiental onde a atividade extrativista vem ganhando força graças a diversas iniciativas como o Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste do Mato Grosso, desenvolvido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema/MT) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Para socializar as informações sobre as iniciativas de revitalização dos seringais nativos do noroeste do Estado e discutir uma proposta de cadeia produtiva da borracha nativa para a região, a Sema/MT e o Pnud promovem nesta sexta-feira (26.11) a oficina “Cadeia produtiva da borracha no Noroeste do Mato Grosso: identificando gargalos e descobrindo soluções”. A oficina teve início às 8h, no auditório Pantanal, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso.
Pesquisadores e técnicos governamentais, não-governamentais, representantes de empresas e de comunidades extrativistas, indígenas, além de agricultores participarão do evento que vai refletir sobre a importância da retomada da extração do látex nativo como fonte de renda para as comunidades envolvidas. Ao final da oficina também deverão ser elaboradas proposta para o desenvolvimento de cadeias de produtos da sociobiodiversidade na região Noroeste da Amazônia mato-grossense e Sudeste de Rondônia, com foco na cadeia produtiva da borracha Natural.
Desde 2003 técnicos do Projeto Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade nas Florestas de Fronteira do Noroeste do Mato Grosso, por meio do Programa Integrado da Castanha ( PIC) vem estimulando alternativas de geração de renda com a floresta em pé, junto aos índios Rikbaktsa e Zoró, extrativistas da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt e agricultores do Assentamento Vale do Amanhecer. O apoio na estruturação da cadeia produtiva da Castanha-do-Brasil garantiu a produção de 850 toneladas de castanha por estes povos nos últimos seis anos. Com o apoio à produção da seringa nativa, cerca de dez toneladas de cernambi virgem prensado de látex de seringueiras nativas foram produzidas nos últimos dois anos pelo povo Rikbaktsa e há outros grupos como os Zoró, Cinta Larga e extrativistas da RESEX Guariba Roosevelt que estão retomando essa atividade.
Segundo Plácido Costa, técnico do Pnud, que apoia esse trabalho, essas atividades geram renda para esses comunidades indígenas e extrativistas, possibilitando a valorização da floresta em pé e mecanismos de gestão ambiental de seus territórios, criando dessa forma, outras alternativas ao modelo de ocupação dessa região de fronteira da Amazônia.