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JUSTIÇA
Quinta - 21 de Outubro de 2010 às 09:02
Por: Caroline Rodrigues A GAZETA

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Acusados cobravam propina para assegurar transporte de madeiras nobres
Acusados cobravam propina para assegurar transporte de madeiras nobres

Seis policiais rodoviários federais foram exonerados pelo Ministério da Justiça devido ao envolvimento em um esquema de exploração ilegal de madeira nobre em Mato Grosso. A ação criminosa chegou ao conhecimento público durante a operação "Termes", deflagrada pela Polícia Federal (PF) em maio de 2008. Os inspetores Nelson Roberto de Souza Corvoisier, Celso Willians Monteiro Rocha, Odilon de Brito Filho, Marcos Antônio Lima de Farias, Gilson de Abreu Ballesteros, Mário Tadeu Pinto de Souza e Edson Sanábria Carvalho são acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa, passiva e exploração de prestígio.

Mesmo após a abertura do inquérito policial, os acusados continuaram recebendo o salário integral por 29 meses, tempo gasto para conclusão do processo administrativo disciplinar. O salário inicial de um inspetor é R$ 5,6 mil, ou seja, cada um ganhou mais de R$ 162 mil dos cofres públicos, já que nenhum deles ganhava o piso.

Os ex-policiais também permaneceram atuando no mesmo lugar e na mesma função, como afirma o corregedor da Polícia Rodoviário Federal (PRF), inspetor Adnei de Souza. O servidor explica que o procedimento é longo porque permite a defesa e garante os contraditórios aos policias como manda a lei.

Souza explica que os acusados foram mantidos no mesmo lugar porque a transferência gera custos para a instituição. Como a mudança seria por interesse da administração, o governo precisaria pagar ajuda de custo aos envolvidos no crime.

Este ano foram expulsos 9 inspetores da PRF, sendo que 8 tinham envolvimento com a operação Termes. Um outro policial, que não teve o nome divulgado, teve o processo encaminhado para o Ministério da Justiça e aguarda a resposta do órgão para saber se permanece no cargo.

Caso - A operação "Termes" resultou na prisão de 61 pessoas, sendo 29 servidores estaduais e 14 policiais, que cobravam para assegurar o transporte das cargas de madeiras nobres, com comercialização proibida. Os preços variavam entre R$ 500 e R$ 5 mil.

Conforme as investigações, a advogada Silvana Moraes Valente e o marido dela, ex-policial rodoviário Federal Marconiel Pouzo de Amorim, eram líderes da quadrilha. Eles tinham informações privilegiadas dos carregamentos ilegais e intermediavam a propina.

Os inspetores Celso Willians Monteiro Rocha e Luiz Antônio França Escobar (que foi expulso da PRF há 2 meses) atuavam nas barreiras. Eles paravam caminhões e liberavam após o acordo. Os servidores dos órgãos ambientais adulteravam os documentos com as características da carga e quantidade.

A PF descobriu ainda que policiais estava envolvido na morte de Rodolfo da Silva, 23. A informação surgiu com a interceptarão de ligações telefônicas.


 




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