BARÃO DE MELGAÇO: Governo realiza vistoria na baía de Chacororé e destaca estratégia de reconstrução de barragens
Localizada em Barão de Melgaço (113 quilômetros de Cuiabá), a Baía de Chacororé, a maior do Pantanal, enfrenta uma das maiores estiagens dos últimos anos. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), realiza obras de reconstrução de barragens para conter o escoamento de água na baía. Em visita ao local na terça-feira (14.09), o secretário estadual de Meio Ambiente, Alexander Maia, vistoriou in loco os fechamentos de rios e corixos que alimentam de água a Baía de Chacororé.
Na ocasião, o secretário de Estado de Infraestrutura (Sinfra), Arnaldo Alves de Souza Neto, os representantes do Ministério Público, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e da Prefeitura de Barão de Melgaço também participaram da vistoria técnica. A comitiva, primeiramente, esteve na divisa das baías de Siá Mariana e Chacororé. No local está sendo recuperada uma barreira destinada a conter o fluxo de água de Chacororé para Siá Mariana.
Em seguida, eles percorreram a estrada vicinal que liga Barão de Melgaço a região de "Estirão Cumprido" que obstruiu a vazão do rio Chacororé e de outros corixos que levavam a água do rio Cuiabá para irrigar a baía. Desta forma, a baía de Chacororé enfrenta uma seca sem precedentes, sendo que no período de estiagem a baía mantém 11 mil hectares de área alagada, mas este ano, não ultrapassa de quatro mil hectares.
Maia destacou que a estiagem prolongada somada à ação predatória do homem são responsáveis pelo impacto. Ele disse ainda que foram definidas várias ações com a finalidade de resolver o problema. “Nós temos uma série de ações a serem implantadas com a finalidade de recuperar a baía de Chacororé. A intenção é de que o projeto de reconstrução das barragens termine antes do período das chuvas. Após essa etapa, iremos discutir sobre os corixos”, declarou o secretário.
De acordo com o engenheiro e professor da UFMT, Rubem Moura, outro fator que contribui para agravar ainda mais a situação do Pantanal é a obstrução de canais denominados corixos, responsáveis pela manutenção das baías. "O corixo tem como função encher e esvaziar os recursos hídricos do Pantanal. Por isso, precisamos de um fluxo natural de água para a conservação do sistema”, explicou o engenheiro. Para tanto, serão recuperadas as três barragens localizadas nos corixos do Mato e Tarumã e, desobstruídas as bocas dos corixos que alimentam a baía.
A representante do Ministério Público Estadual (MPE), promotora Julieta do Nascimento, disse que as ações desencadeadas pelo Governo na busca de solução para a questão são positivas. “O Governo do Estado está acompanhando de perto os problemas nas baías e apresentando soluções”, afirmou a promotora.
As ações emergenciais da Sema para a recuperação das barragens, devem terminar antes do fim deste mês e até novembro, mais da metade dos corixos e córregos deve estar desobstruída.