Projeto de cisterna promove inclusão da temática ambiental no currículo escolar
De acordo com a técnica da Geea, Marlene Pereira, uma equipe da Seduc fará o assessoramento pedagógico, que inclui visitas às escolas, orientações aos professores sobre como trabalhar temas transversais consistentes, visando a construção de uma consciência ambiental. “Precisamos colocar em pauta discussões sobre a sustentabilidade e as políticas públicas de educação ambiental nas escolas. Esses valores devem entrar definitivamente na pauta da estrutura curricular”, ressalta.
Para a professora de Língua Portuguesa da unidade, Cleide Guimarães, a ideia também é trabalhar interdisciplinarmente as questões da qualidade de vida, da criação de renda e da permanência dos jovens no campo. “Queremos mostrar que vida no campo tem boas oportunidades. Que os jovens podem permanecer ajudando na propriedade da família e ainda conseguir aplicar os conhecimentos adquiridos na escola”, avalia.
A unidade escolar atende cerca de 130 estudantes, nos Ensinos Fundamental e Médio, e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O projeto
Na região vivem cerca de 220 famílias de três assentamentos, que contam com duas escolas de campo que atendem cerca de 260 estudantes. A comunidade sofre com a falta d’água, já que o período de estiagem dura ao menos seis meses e a precipitação média na região é de 1.267mm.
De acordo com o diretor da escola, Edésio Bezerra, as tentativas tradicionais com poços artesianos e captação de água colhida por gravidade não resolveram. “Entre os problemas nesse modelo estão as dificuldades de manutenção das bombas/adutoras e os altos custos de energia”, afirma o gestor.
O sistema de captação e armazenamento de águas pluviais é feito na cisterna de vinil, com capacidade para armazenar 100 mil litros de água das chuvas. A água será utilizada na limpeza e na irrigação do pomar e da horta, que auxiliam na alimentação escolar dos alunos. A estimativa é de que esse volume seja o suficiente para o consumo da escola durante cinco a seis meses. “O mais importante é criar o hábito dos estudantes, e por consequência das famílias, a utilizarem água das chuvas, que podem ser armazenadas e usadas para vários fins”, destaca Bezerra.
Ao todo o MPE e Juvam investiram cerca de R$ 28 mil. O projeto teve início em dezembro do ano passado e a obra foi finalizada em março. A expectativa é de que o projeto também chegue a outras escolas que têm problemas de acesso à água
O Programa Piloto de Cisternas para captação e armazenagem de águas pluviais para consumo humano, implantado pelo engenheiro agrônomo Samir Curi, vem sendo desenvolvido desde 2009 em Mato Grosso.