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MEIO AMBIENTE
Quarta - 21 de Julho de 2010 às 21:13
Por: Celso Bejarano

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Polícia Federal/Divulgação
O chefe do esquema seria um cirurgião dentista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
O chefe do esquema seria um cirurgião dentista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

As investigações da Polícia Federal sobre o esquema de caçadas ilegais de animais de grande porte no Pantanal, deflagrado na terça-feira no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná, apontaram que turistas pagavam US$ 1,5 mil por expedição de caça, os chamados safáris.

O chefe do esquema seria o cirurgião dentista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Eliseu Augusto Sicoli, uma das oito pessoas presas em flagrante na terça-feira pela Polícia Federal durante a operação Jaguar, contra uma organização que caçava onças em fazendas do Pantanal nos três Estados.

O dentista, que mora em Cascavel (PR), foi preso em Sinop (MT) com cinco caçadores, sendo quatro argentinos e um paraguaio. Ainda na cidade mato-grossense, a PF prendeu um cabo da Polícia Militar. Dos sete mandados de prisão contra os integrantes do bando, a polícia cumpriu quatro até por volta das 17h45. No total, são 10 pessoas presas.

Quando detido, o dentista carregava consigo um arsenal de armas e teria dito aos policiais que ele tinha mais armas do que na delegacia daquela cidade.

A PF não soube estimar quantas onças teriam sido abatidas pela quadrilha nem o volume de dinheiro arrecadado, mas Sicoli, em depoimento aos investigadores, disse que, somente no ano passado, ele teria chefiado expedições que resultaram na matança de 28 felinos, entre eles onças pintadas e pardas.

Foragido
Um dos foragidos é Tonho da Onça, um chacareiro que mora em Rondonópolis (MT) e é considerado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) um dos mais conhecidos caçadores de felinos do Brasil. Há alguns anos, informou a PF, ele trabalhava para fazendeiros que contratava para "espantar" os bichos dos rebanhos bovinos.

De dois anos para cá, Tonho, segundo a PF, teria se aliado a ONGs protetoras de animais e também colaborado com o programa Pró-Carnívoros, coordenado pelo Ibama. Mas, há cerca de um ano, os técnicos do órgão deram conta do sumiço de duas onças que monitoravam no Pantanal sul mato-grossense e depois descobriram que o caçador teria dado um fim nelas, o que deu início à Operação Jaguar.

Marco Antonio Moraes de Melo, filho de Tonho, foi preso como integrante da quadrilha. Um açougueiro e um chacareiro foram presos em Miranda (MS).

A PF informou ainda que os fazendeiros que permitiam o safári também serão indiciados por crime ambiental. Já os membros da quadrilha, devem ser indiciados também por porte de arma. Se somados, os crimes podem resultar em pena de sete anos de prisão.






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