Cerrado receberá investimentos de US$ 42 milhões nos próximos 4 anos
O Cerrado deve ganhar nos próximos quatro anos dois milhões de hectares em unidades de conservação (UCs), por meio da criação de novas UCs e expansão das já existentes. Este é um dos objetivos do acordo firmado no dia 14 de junho, entre o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes, o Banco Mundial e os governos de Goiás e Tocantins.
Por meio desta iniciativa, serão investidos US$ 42,69 milhões no segundo maior bioma brasileiro, considerado a savana mais rica em biodiversidade do mundo, com 12 mil espécies de plantas nativas, e conhecida como a "caixa d"água" do Brasil. No Cerrado se concentram as nascentes das bacias dos rios Amazonas, Prata e São Francisco. "O Cerrado vem ganhando a importância merecida, com o debate não mais centralizado na Amazônia", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A assinatura do acordo de cooperação foi realizada durante solenidade com a presença do governador de Tocantins, Carlos Henrique Amorim, do procurador-geral do Estado de Goiás, Anderson Máximo de Holanda, do diretor do Banco Mundial no Brasil, Makhtar Diop, do presidente do ICMBio, Rômulo Melo, e da secretária-geral do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Rosa Lemos de Sá.
Os recursos, distribuídos em quatro projetos de conservação e uso sustentável da biodiversidade, incluem a doação de US$ 13 milhões do Banco Mundial e contrapartidas no valor de US$ 29,69 milhões do Governo Federal e dos governos de Goiás e Tocantins, que integram o Programa Iniciativa Cerrado Sustentável - cujo objetivo é promover a conservação da biodiversidade e melhorar o manejo dos recursos ambientais e naturais do bioma, valorizando e fortalecendo as ações das instituições públicas e da sociedade civil envolvidas com a conservação ambiental.
Os quatro projetos devem ser executados no período de quatro anos, e serão coordenados pelo MMA. A execução dos recursos estará a cargo do Funbio.
Cerrado Sustentável - A Iniciativa Cerrado Sustentável possui quatro componentes, cujos principais resultados são: a conservação da biodiversidade do Cerrado, com 2 milhões de hectares adicionais protegidos no bioma por meio da criação/expansão de unidades de conservação; o uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado, com 12 iniciativas de conhecimento tradicional e melhores práticas atuais para o manejo sustentável dos recursos naturais documentadas e disseminadas e 400 produtores treinados na aplicação das melhores práticas; fortalecimento institucional e formulação de novas políticas públicas; e coordenação da Iniciativa Cerrado Sustentável e monitoramento do bioma.
O monitoramento da cobertura vegetal do Cerrado já vem sendo realizado pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, em parceria com o Ibama. Com os novos recursos, haverá avanços nessa atividade, como, por exemplo, a identificação dos vetores que atuam no desmatamento do bioma.